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"Temos um enorme défice de empreendedorismo"

Demasiada procura e pouca oferta. Em parcas palavras assim resume, de forma eficaz, Diogo Santo, coordenador de Recursos Humanos da AutoVision Portugal, o mercado de trabalho nacional. Uma conjuntura que acarreta desafios acrescidos para os que procuram um lugar no cada vez mais restrito e competitivo mundo do emprego.
08.04.2011 | Por Cátia Mateus


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Certo de que não existem fórmulas 100% testadas e garantidas para encontrar emprego, Diogo Santo, defende que “a diferenciação positiva pela via da qualificação é muito importante”.Os jovens, acrescenta, “deverão estar atentos para perceber o melhor que lhes seja possível. as qualificações e competências que o mercado de trabalho procura e jamais podem negligenciar o empreendedorismo”. Diogo Santo enfatiza que a Portugal faltam empreendedores, “jovens com potencial que possam desenvolver as suas próprias atividades, criando micro e pequenas empresas que possibilitem a empregabilidade de outras pessoas”.

Tinha 22 quando teve o seu primeiro contacto com o mercado de trabalho e não nega que nessa altura as dificuldades eram um pouco mais fáceis de ultrapassar do que hoje. Pelo meio liderou direções de recursos humanos, teve experiências de trabalho internacionais, participou em seminários, conferências, ações de formação. Hoje é coordenador de recursos humanos da AutoVision e da Sociedade Portuguesa de Pintura de Módulos para a Indústria Automóvel. Atividades que combina com o cargo de consultor de recursos humanos em empresas de telecomunicações e engenharia em Portugal, Espanha e no Médio Oriente. Conhece o mercado e os segredos da gestão de pessoas.

O universo AutoVision em Portugal contempla duas empresas: a AutoVision e a SpPM. Na primeira trabalham 815 colaboradores e na segunda 127. Um cenário amplo e muito diversificado onde a média de idades é bastante baixa (32 anos) e a formação muito diversificada. “Temos desde colaboradores com a escolaridade mínima obrigatória, até aos altamente qualificados”, explica Diogo Santo que na sua equipa direta tem a trabalhar um perfil maioritariamente feminino, com formação nas áreas das ciências sociais e direito, o que contrasta com o panorama global da empresa.

Composto por uma empresa de trabalho temporário, o universo AutoVision recruta em áreas muito diversas. “Como o nosso core business tem sido a indústria automóvel, recrutamos maioritariamente para esta atividade. Selecionamos perfis para funções com baixos níveis de qualificação a profissionais altamente qualificados e a estratégia de diversificação que temos seguido tem feito com que também as áreas de contratação se amplifiquem”, argumenta.

Com processos de contratação em permanente desenvolvimento, sobretudo para as empresas clientes, a AutoVision não tem estimativa do número de pessoas que contratará em 2011, mas Diogo Santo tem como certo que “são de prever alguns recrutamentos na área financeira”. Ética, trabalho em equipa e otimismo são as três competências que o coordenador de RH da AutoVision mais valoriza num candidato. Diogo Santo acredita que “se o candidato demonstrar que tem sentido ético, de valores, atitudes de responsabilidade elevadas, terá um grande potencial para pertencer à equipa”. A par destas características evidência o sentido de pertença e as componentes técnicas “que são obviamente determinantes, mas que são mais fácil poder desenvolver num menor espaço de tempo”, frisa. Face a uma conjuntura económica que não dá facilidades a quem procura emprego, Diogo Santo defende que os candidatos, “não devem ter receio de bater a todas as portas. As candidaturas espontâneas são cada vez mais uma forma de estar mais perto do empregador”, enfatiza.

Diogo Santo
34 anos
Coordenador de Recursos Humanos da AutoVision
Formação:
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos.
Percurso profissional:
O primeiro contato que teve com o mercado de trabalho foi em 1999. Desde essa altura que desempenha a sua actividade sempre ligado à gestão das pessoas. Entre 2000 e 2001 trabalhou e residiu em Espanha, onde a empresa para a qual trabalhava centrava a sua atividade. Pontualmente, acompanhou também projetos no médio oriente (Arábia Saudita e Emiratos Árabes Unidos). Em 2006 integrou a equipa da AutoVision Portugal e, simultaneamente, ocupa desde maio de 2009 o cargo de coordenador de Recursos Humanos da SpPM – Sociedade Portuguesa de Pintura de Módulos para a Indústria Automóvel.
Maior desafio profissional:
O primeiro emprego que teve, quer pelas exigências que lhe foram apresentadas, quer pela inexperiência que tinha. Mas destaca com igual importância as experiências que teve fora de Portugal e o arranque
da AutoVision em território nacional. “O início de um projeto desta envergadura é sempre um desafio”, enfatiza.
Família:
Casado, 1 filha
Hóbis :
Gosta de viajar, pratica ténis (ainda que “com regularidade duvidosa”), desportos nauticos e motorizados, mas o hóbi que mais o motiva é dedicar o tempo livre que tem para estar com a filha.
Lema de vida:
Retirar a maior satisfação possível de tudo o que faz e proporcionar o mesmo aos que lhe são próximos.
Desafio profissional:
Participar ativamente no crescimento da AutoVision.



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