Iniciamos o ano com uma bagagem de incerteza. A ameaça à sustentabilidade é uma agressão real que carece de respostas estratégicas em todas as vertentes que envolve o termo. É a ação necessária que tem de estar no coração das estratégias que asseguram o futuro a prazo da sociedade, da economia, do planeta e da espécie humana. Está nas mãos dos líderes.
O mercado de trabalho não é exceção: vive-se uma metamorfose com a inversão da relação de poderes entre oferta e procura. No mundo digital de hoje, onde os profissionais gozam de um poder sem precedentes e não têm pudor em exercê-lo, os líderes precisam de ser mais adaptáveis e alinhados com os valores e expetativas da sua força de trabalho.
Reter talento e investir em equipas globalmente mais felizes são os desafios-chave que os gestores de Recursos Humanos enfrentam no curto prazo para salvaguardar a sustentabilidade dos negócios onde assumem globalmente um papel ainda mais preponderante do que no passado recente.
A atração e retenção de talento, a saúde física, mental e financeira dos profissionais, bem como a empregabilidade a longo prazo, não podem estar alheadas da capacidade de uma empresa que quer criar valor no mercado, desempenho sustentável, movida por um motor bem oleado com equipas comprometidas e empenhadas.
Os empregadores enfrentam uma concorrência feroz por talento. Neste ambiente, é sensato apostarem no tabuleiro da excelência e jogar com todas as peças estrategicamente em cada etapa da jornada de emprego: na atratividade, na inclusão, na formação dos ativos em vez da substituição de pessoas cujas competências estão desatualizadas, no propósito da empresa, nos valores e na escolha criteriosa dos seus líderes. Porque, se as ações que visam a sustentabilidade dos negócios não estiverem ancoradas num estilo de liderança empática, o negócio desmorona pela base, que é a força de trabalho.
Nunca haverá práticas organizacionais bem-sucedidas sem este modelo de liderança, reconhecida por muitas organizações como a chave para a sustentabilidade dos negócios.
A liderança empática que ouve e dá feedback construtivo, que tem uma abordagem holística às suas pessoas, que valoriza o seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional, que está consciente que o salário é uma ferramenta para atrair, mas insuficiente para fixar talento, que investe em práticas circulares da sua força de trabalho e reconhece o valor das expetativas de carreira, que vê na diversidade de perfis um potencial colaborativo, que sabe que a felicidade das suas pessoas tem uma relação direta com a sua performance, estará mais capacitada para lidar com o peso da bagagem da incerteza.
Mais do que nunca, em 2023, líderes empáticos precisam-se!
Por Alexandra Andrade, Country Manager Adecco Portugal