Nove em cada dez portugueses prontos para emigrar
Nove em cada dez portugueses estão dispostos a mudar para conseguir o emprego certo e 44% não coloca mesmo qualquer entrave a trocar de país ou continente.
31.03.2011 | Por Cátia Mateus

PARTILHAR
Este retrato nacional é traçado pela empresa de gestão de recursos humanos Kelly Services, com base no seu inquérito anual e revela que face a uma conjuntura de crise, ir para o estrangeiro ou aceitar um emprego a longos quilómetros de casa é uma prática cada vez mais comum entre os portugueses.
A emigração faz cada vez mais parte das opções dos portugueses e não pelas melhores razões. As ambições de uma carreira à escala internacional por mero gosto de evolução e experiência profissional foram superadas pela necessidade de ter um salário no final do mês. Com o desemprego a atingir números recorde em Portugal, há cada vez mais gente a fazer as malas e colocar o seu talento ao serviço de outras economias. E esta é uma realidade que não conhece escalões etários.
Geração Y (entre os 18 e os 29 anos), Geração X (entre os 30 e os 49) e até os Baby Boomers (dos 50 aos 65) têm em comum uma disponibilidade crescente para arriscar recomeçar noutro país. O estudo realizado em janeiro deste ano pela Kelly Services em 30 países, para o qual foram inquiridos mais de nove mil portugueses, revela que “um número significativo de pessoas trabalha em condições não convencionais, que incluem a realização de horas extra, múltiplos empregos, longas distâncias até ao trabalho e excesso de viagens”.
Para Frank Weermeijer, diretor-geral da Kelly, “em muitos sectores existe uma predominância de trabalhadores que estão dispostos a deslocarem-se dentro do país ou até para o estrangeiro para conseguir emprego”. O responsável enfatiza ainda que esta tendência é crescente e tem vindo a ganhar cada vez mais terreno. “Numa conjuntura onde o mercado de talentos se está a tornar cada vez mais global, há uma crescente predisposição dos trabalhadores para mudarem em virtude do trabalho, ao invés de esperar que o trabalho chegue até eles”, argumenta Weermeijer. Cerca de 88% dos inquiridos mostram-se dispostos a mudar. 44% mudariam dentro do país e igual percentagem está disposta a ir além-fronteiras.
A Europa é o destino preferencial dos trabalhadores atuais (55%), bem à frente da América do Norte que só atrai 12% dos profissionais. Apenas 8% estariam dispostos a rumar à América do Sul, 3% à Ásia-Pacífico e 1% para o Médio Oriente. Segundo Frank Weermeijer, “em Portugal, 46% dos inquiridos da Geração Y estão preparados para mudar para o estrangeiro em busca do emprego ideal e 45% dos Baby Boomers também o fariam, à semelhança de 42% dos profissionais da Geração X”.
Segundo o especialista, os homens portugueses revelam maior aptidão para a mudança do que as mulheres. “Entre os portugueses, este desejo de mudar para outro continente é impulsionado pela vontade de viver a experiência, mas não pelo desejo de aí ficarem para sempre”, explica o responsável da Kelly Servisses. De acordo com o estudo, cerca de 50% dos portugueses afirma que estariam preparados para permanecer no estrangeiro por um período máximo de três anos. “O principal obstáculo à mobilidade geográfica nacional é a família e os amigos que são citados por 66% dos trabalhadores, paralelamente os custos associados à mudança (16%), as barreiras linguísticas (9%) e as diferenças culturais (3%) preocupam de igual forma os portugueses”, explica o diretor-geral da Kelly.
Frank Weermeijer destaca ainda o facto de “43% dos portugueses que trabalham em condições não convencionais acham que só o poderão continuar a fazer por mais um ano, enquanto 35% assumem ter capacidade para sustentar esta situação indefinidamente”.
Uma realidade preocupante. Esta predisposição para rumar ao estrangeiro é especialmente notória em áreas como a engenharia, um sector onde ainda se sente a ausência de novos projetos e investimentos em solo nacional capazes de absorver a mão de obra disponível. Mas este não é o único sector. “Muitas funções que antes eram específicas de uma dada região ou país podem agora ser realizadas em diversas partes do globo, o que significa que a mobilidade profissional se torna importante para a progressão na carreira”, revela Weermeijer. “Nos sectores de rápido crescimento, como a engenharia, as ciências, finanças e saúde, há uma procura global que pode representar diversas recompensas pessoais e oportunidades de carreira para os que estejam dispostos a arriscar mudar”, conclui o especialista.
OUTRAS NOTÍCIAS
A falta de trabalho na Galiza está a obrigar muitos portugueses a regressarem ao país. Nos últimos dois anos, aquela região perdeu cerca de 7500 postos de trabalho, dois qu...
Ajudar a fazer mais e melhor, até ao limite do desenvolvimento pessoal e profissional é o lema do ‘coaching', prática de consultoria que faz sucesso um pouco por todo o mundo nos ...
Carlos Duarte, responsável pelo Centro de Formação Schneider Electric Portugal conta que “oferecemos soluções em formação e equipamentos didátic...
DEIXE O SEU COMENTÁRIO
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
23.11.2020
A maior rede imobiliária de consultores independentes da Europa acaba de lançar um novo website a pensar no recrutamento: www.join-iad.com/pt.
A maior rede imobiliária de consultores independentes da Europa acaba de lançar um novo website a pensar no recrutamento: www.join-iad.com/pt.
03.06.2019
As profissões para a vida acabaram. Mas promover uma reviravolta laboral exige estratégia, estar preparado para correr riscos, começar do zero e, em alguns casos, perder dinheiro
As profissões para a vida acabaram. Mas promover uma reviravolta laboral exige estratégia, estar preparado para correr riscos, começar do zero e, em alguns casos, perder dinheiro
03.06.2019
Espaços de trabalho partilhados são benéficos para os trabalhadores, mas a sua escolha comporta riscos
Espaços de trabalho partilhados são benéficos para os trabalhadores, mas a sua escolha comporta riscos
03.06.2019
Anúncios de jornal ou recurso a empresas de recrutamento mostram que, em vários países, os líderes de cargos públicos se contratam ?da mesma forma que o comum dos mortais. Em Portugal (ainda) não
Anúncios de jornal ou recurso a empresas de recrutamento mostram que, em vários países, os líderes de cargos públicos se contratam ?da mesma forma que o comum dos mortais. Em Portugal (ainda) não
03.06.2019
Os millennials estão a poupar para deixar de trabalhar cedo. O segredo está em seguir um estilo de vida frugal, mas em Portugal pode não ser suficiente
Os millennials estão a poupar para deixar de trabalhar cedo. O segredo está em seguir um estilo de vida frugal, mas em Portugal pode não ser suficiente
ÚLTIMOS EMPREGOS
HAYS
23.04.2021 | Aveiro
| Referência: 2018543
Empresa nacional do setor tecnológico localizada em Aveiro procura integrar na sua estrutura um .NET Developer para fazer face à atual expansão de negócio.
Estará responsável pelo desenvolvimento de um projeto em aplicações móveis em articulação com a...

PARTILHAR
HAYS
23.04.2021 | Porto
| Referência: 2018665
A empresa onde vais trabalhar
Empresa do setor dos vinhos reconhecida mundialmente pretende integrar na sua estrutura um .NET Developer.
A tua nova função
Estarás responsável por participar nos processos de desenvolvimento de software, desde a ...

PARTILHAR
HAYS
23.04.2021 | Lisboa
| Referência: 2018647
A sua nova empresa
Integre empresa multinacional de Cosmética de referência no mercado.
A sua nova função
Com reporte ao Diretor Comercial, será responsável por alcançar o crescimento das vendas através da criação de planos de negócio com os cli...

PARTILHAR
ÚLTIMAS FORMAÇÕES
APCER
09.04.2021|Online
| Referência: 18490
Data da formação: 29 abril 2021
Faça a sua inscrição aqui.

PARTILHAR
APCER
09.04.2021|Online
| Referência: 18489
Data da formação: 28 abril 2021
Faça a sua inscrição aqui.

PARTILHAR
APCER
09.04.2021|Online
| Referência: 18488
Data da formação: 28 abril 2021
Faça a sua inscrição aqui.

PARTILHAR