As “jovens empresas” nacionais, com menos de cinco anos de atividade no mercado, representam já 34% do tecido empresarial nacional, congregando 15% dos empregados portugueses e representando 9,6% do volume de negócios do país. Os números integram as conclusões do estudo da Informa D&B, “O Empreendedorismo em Portugal 2007/2014”, recentemente divulgado, que analisou as startups e jovens empresas que surgiram no cenário económico nacional durante esse período.
No seu primeiro ano de vida, as startups nacionais, representam em média 18% do emprego criado anualmente em Portugal. Se alargarmos a análise aos cinco anos de atividade, a percentagem sobe, segundo relatório da Informa D&B, para os 46% de empregos criados a cada ano. Segundo a radiografia realizada pela empresa, no ano passado foram criadas em Portugal mais de 35 mil empresas, um número que dá seguimento à tendência que já havia sido registada em 2013, mas que é também o mais alto de sempre entre os anos considerados no estudo.
A maioria (93%) são sociedades comercais, mas o relatório deixa claro que entre 2007 e 2014, o período de análise do estudo, houve uma mudança na forma jurídica como se constituem as empresas em Portugal. Se em 2007 a maioria das empresas criadas (60%) eram constítuidas em regime de sociedade por quotas agregando dois ou mais sócios, no último ano metade das novas empresas foram registas em regime de sociedade unipessoal.?Em matéria de dimensão também se registaram mudanças entre o primeiro e último ano avaliado pela Informa D&B.
Em 2014, a maioria das empresas geradas foi constituida com menor capital social (em média 1045 euros) e número de colaboradores e faturação também mais reduzidos face a 2007. Há contudo que relembrar a mudança legal ocorrida em 2011 no que diz respeito ao capital social mínimo necessário para constituir uma sociedade que passou de cinco mil para apenas um euro por sócio.
Sectores mais dinâmicos
Agricultura, pecuária, pesca e caça (+16%), telecomunicações (+10%) e alojamento e restauração (+4%) foram os sectores que entre 2007 e 2014 registaram maior crescimento médio anual na criação de novos negócios em Portugal. Face a 2007, perderam destaque sectores que tipicamente reuniam a preferência de muitos empreendedores como a construção (-9%) ou as atividades imobiliárias (-7%).
?Do ranking dos sectores que mais empresas viram nascer durante os oito anos analisados estão os Serviços (27%), o Retalho (17%) - posições que se mantém face a 2007 - e o alojamento e restauração (11%) que substituiu a construção na terceira posição da tabela dos mais dinâmicos. ?Na análise realizada, a Informa D&B avaliou também o perfil exportador das startups nacionais, concluindo que ao longo dos últimos anos se registou nesta área uma evolução positiva.
A percentagem de empresas portuguesas que exportam logo no primeiro ano de atividade passou de 8%, em 2007, para 10% em 2013. Nestas empresas, metade do volume de negócios já provinha da da exportação que alcançou 67% em 2013. Entre as regiões com maior crescimento médio anual de novas empresas estão po Norte (+1,9%) e o Alentejo (+0,8%).