Desde o ano passado que o problema está identificado e que se tem agravado. Os líderes empresariais e os diretores de recursos humanos têm dificuldade em comprometer os seus profissionais com os objetivos e exigências diárias das organizações. No último ano, 79% identificaram esta dificuldade no relatório “Tendências Globais do Capital Humano”, da Deloitte. O número sobe este ano para os 87%. Para a consultora, “apesar de identificado o problema, a maioria das organizações continua a não desenvolver as ações corretas no sentido de reforçar e alinhar a sua cultura, colocando possivelmente em risco o seu crescimento futuro”.?
“Os trabalhadores estão a adquirir maior mobilidade, flexibilidade e autonomia, tornando-se, como resultado, mais difíceis de gerir e alcançar”, confirma Josh Bersin, diretor e fundador da Bersin by Deloitte, da Consultora Deloitte Consulting LLP. Segundo o líder, é este contexto que coloca às organizações a necessidade de reinventar a forma como gerem as pessoas e de potenciar a criação de ideias novas e “fora da caixa” que as tornem relevantes. O estudo anual conduzido pela consultora junto de mais de 3300 líderes empresariais e de recursos humanos em 106 países, revela que a percentagem de inquiridos que classifica o compromisso dos colaboradores como “muito importante” duplicou face ao ano anterior, ainda que 60% dos líderes reconheçam não ter um programa adequado para medir e melhorar o compromisso, revelando não estarem preparados para endereçar esta questão. Apenas 12% afirmam ter preparados programas para construir e desenvolver uma cultura forte na organização e 7% dizem-se “excelentes” a medir e , controlar e melhorar o grau de compromisso dos seus profissionais para com a empresa.
Gap de liderança
Tal como no ano passado, em 2015, o problema repete-se: a falta de competências de liderança permanece como o ponto mais crítico na lsita das preocupações dos líderes empresariais e de RH, com 86% dos inquiridos a considerar a questão prioritária. Porém, o número de inquiridos que consideram esta questão como “muito importante” aumentou 38% face ao último ano. A coincidir com esta preocupação e com o impacto que este gap pode vir a gerar no crescimento do negócio, 85% (mais 15% do que no ano anterior) dos líderes reconheceram a relevãncia do investimento na formação e desenvolvimento, considerando-a uma questão prioritária quase a par com as competências dos trabalhadores (80%).?
Segundo Brett Walsh, líder global da área de human Capital da Deloitte, “estão em curso mudanças significativas no mundo do trabalho que as empresas precisam de gerir de forma ativa”. O especialista elenca não só a mudança de expectativas dos trabalhadores em relação aos empregadores, mas também das competências hoje necessárias para exercer as mesmas funções que mudam cada vez mais rápido. “As organizações estão a ficar para trás no desenvolvimento das competências necessárias a todos os níveis”, realça Brett Walsh.