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Que tipo de treinador é o seu chefe?

Que tipo de treinador é o seu chefe?

Unir a equipa em torno de um objetivo e produzir resultados, de preferência positivos. A missão é comum a gestores empresariais e aos selecionadores nacionais que neste momento disputam com as suas equipas o mundial de futebol, no Brasil. Mas neste objetivo comum as estratégias e as opções não são todas iguais. A empresa de recrutamento Michael Page analisou alguns dos selecionadores nacionais atualmente “em campo”, demonstrando que tal como os gestores todos têm as suas forças e fraquezas com impacto para o resultado final.

20.06.2014 | Por Cátia Mateus


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A firmeza e o estilo agregador de Scolari, a liderança democrática e participativa de Del Bosque ao permitir que os membros da equipa participem no processo de decisão, a disciplina técnica de Jurgen Klinsmann e o perfil sereno e reflexivo de de Óscar Tabárez, adepto de uma liderança com convicções fortes e ideias claras, talvez fizessem o gestor ideal. Receitas milagrosas não existem, mas ao analisar o perfil de liderança dos selecionadores das várias equipas que disputam o mundial, talvez encontre mais traços e similaridades com o seu chefe do que aparentemente acharia possível. Foi o que fez a empresa de recrutamento especializado Michael Page que comparou os traços de personalidade dos técnicos com o estilo de gestão no mundo corporativo.

“Tal como cada gestor, os treinadores de futebol adoptam diferentes estilos de gestão”, explica Nuno Troni, executive manager da Page Commercial & Marketing, enfatizando que “também eles têm como principal objetivo manter a união e a motivação das suas equipas, para qye sejam mais produtivas e conquistem títulos”. Há é diferentes estratégias para cumprir esta missão. A Michael Page identificou sete estilos distintos de liderança neste mundial: a do selecionador nacional Paulo Bento, a de Luiz Felipe Scolari (Brasil), a de Vicente Del Bosque (Espanha), a do uruguaio Óscar Tabárez, a de Jurgen Klinsmann (EUA), a do holandês Louis Van Gaal ou a de Alejandro Sabella (Argentina).

A Paulo Bento, a Michael Page traça um perfil predominantemente defensivo que “em alguns casos, denota alguma falta de confiança”. O selecionador nacional não é propriamente um líder inspiracional e, segundo os especialistas, “revela por vezes dificuldade em manter os jogadores motivados em competições de longo prazo”, mas revela uma boa capacidade de gestão da equipa quando chega às fases finais das competições. As suas opções de liderança passam por centralizar as decisões e trabalhar apenas com um grupo fechado que conhece bem. “Tem pouca tolerância para elementos que coloquem em causa a harmonia do grupo e não hesita em afastar elementos se acreditar que isso beneficiará a equipa”, explica Nuno Troni. Uma postura distinta da de Scolari. O estilo do selecionador brasileiro segue uma linha de inspiração motivacional. É o típico gestor que exige resultados à equipa, mas que gosta de fomentar a proximidade dos seus subordinados. Cultiva também o bom ambiente de trabalho e exerce uma pressão psicológica positiva nos seus profissionais.

Discreto e conciliador, Vicente Del Bosque, o selecionador espanhol, faz a diferença pela sua liderança participativa ou democrática. Gosta de envolver os membros da equipa no processo de decisão alegando que isso não só aumenta a satisfação da equipa, como desenvolve uma consciência de conjunto que estimula a evolução dos colaboradores, formando sucessores e gerando uma maior motivação e sentimento de pertença à equipa. O apelido de maestro descreve na perfeição a personalidade e modelo de liderança de Óscar Washington Tabárez, o treinador da seleção uruguaia. Conhecido por “uma liderança sustentada em convicções fortes e ideias claras”, Tabárez é um líder visível e marcante que dedica muito tempo e energia à comunicação com as suas equipas, optando por delegar muitas das suas responsabilidades para se focar na estratégia e no culto da comunicação.

De Jurgen Klinsmann, o treinadora da seleção americana e um exímio líder pragmático, a equipa herda a disciplina técnica e tática alemãs. “Nas equipas que orientou, exigiu sempre total obediência em relação aos conceitos táticos que adota em campo”, explica o especialista da Michael Page relembrando a decisão do treinador, no seu estilo centralizador, em deixar de convocar o maior astro da seleção americana, Landon Donovan, gerando alguma insatisfação. Igualmente diretor e disciplinador é Louis Van Gaal, da técnico Holanda. Fiel aos seus métodos, Van Gaal exige entrega total a cada jogo e exerce um nível elevado de poder sobre os membros da equipa, o que não agrada a todos.

O apaziguador de serviço é Alejandro Sabella, o selecionador da Argentina. O seu estilo de liderança é muitas vezes classificado de “deixar andar”, pautado pela liberdade condicionada. Sabella gosta de dar largas à equipa para prosseguir com a sua missão. Um registo de liderança que tende a ser mais eficaz em equipas com muita experiência e espírito de iniciativa. Caso contrário, tal como numa empresa, pode ser arriscado.



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