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Microcrédito fomenta criação de emprego

Segundo a ANDC, as mulheres são as grandes ‘clientes’ do microcrédito, apostando sobretudo em áreas como o comércio, alojamento e restauração. Lisboa é a cidade que em 11 anos mais projetos conseguiu ver aprovados.
25.02.2011 | Por Cátia Mateus


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Um ano após a publicação do decreto-lei que viabiliza a constituição de sociedades financeiras de microcrédito em Portugal, o saldo é positivo e ganha contorno ainda mais expressivos pela conjuntura de crise prolongada que o país tem vindo a atravessar. Os projetos femininos de autoemprego são os que mais têm beneficiado deste sistema de incentivo.

Só a área de microcrédito do Millennium BCP financiou, desde a data da sua criação em 2005 e até ao ano passado, 2055 projetos. Ao todo, esta estrutura gerou, segundo dados da instituição financeira, 3195 postos de trabalho. Helena Mena é responsável pela rede autónoma de microcrédito do Millennium BCP e segundo ela, “os projetos financiados desde 2005 envolveram um empréstimo global de 16,5 milhões de euros”.Helena Mena explica que a instituição na qual se insere “foi pioneira em Portugal nesta área há onze anos e em 2005, o banco decidiu criar uma rede autónoma de microcrédito que funciona desde novembro desse ano”.

O balanço não podia ser outro senão positivo, releva a responsável, muito embora reconheça que, ao contrário do que seria de esperar “a crise não gerou grande procura por parte das pessoas, nem se materializou em mais pedidos para a criação de projetos de microcrédito. As pessoas retraíram-se e não querem arriscar”. Uma tendência que diz estar a inverter-se. “Já se começa a verificar uma inversão desta tendência o que é salutar, uma vez que a criação de emprego autossustentado e o investimento na formação das pessoas dá os seus frutos”, defende.

Pensado para dar oportunidade a quem não tem emprego ou condições financeiras que lhe permitam obter crédito bancário pelas vias tradicionais, para viabilizar um projeto empresarial, o microcrédito tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos no mundo inteiro. Portugal não é exceção. Segundo a Associação nacional de Direito ao Crédito (ANDC), “em onze anos, os beneficiários do microcrédito ligados à associação viram aprovados 1433 projetos, representando 7,7 milhões de euros”. A ANDC revela ainda que desde a sua criação, este sistema possibilitou a criação de 1812 postos de trabalho em território nacional, 172 dos quais gerados em 2010 durante um conturbado contexto de crise económica.

Mohamed Ahmed, presidente da instituição, revela que “mais de metade dos empreendedores que recorrem ao microcrédito são mulheres (52,7%) e o empreendedor-tipo é o beneficiário excluído e social e financeiramente”. No total dos processos registados pela instituição desde 1999, Lisboa lidera o número de aprovações (38,7%), logo seguida do Norte (24%), do Centro (21%), do Alentejo (10,4%) e do Algarve (6%). Os empreendedores investem sobretudo em atividades como o comércio (37,3%), alojamento, restauração e similares (13,3%) e indústrias transformadoras (10,8%).

Ter uma ideia viável é o requisito base para aceder a este sistema de financiamento onde, segundo a Helena Mena, do BCP, “o crédito tem maturidade de quatro anos e não excede os 17.500 euros por pessoa, não tem comissões e beneficia de spreds baixos”. Para apoiar os empreendedores que recorrem à instituição financeira, Helena Mena explica que o BCP disponibiliza uma equipa de gestores de projeto que acompanham os clientes desde a elaboração do plano de negócios até que a dívida esteja liquidada.



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