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Licenciados sem trabalho

Licenciados sem trabalho

O desemprego entre os licenciados subiu 11% em 2010, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional. O país tem 50 mil profissionais com qualificação superior, mas sem trabalho.
20.01.2011 | Por Cátia Mateus


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Ser detentor de uma licenciatura há muito que deixou de ser garantia de empregabilidade. As estatísticas já o comprovavam antes e agora voltam a reforça esta teoria. De acordo com os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), em dezembro Portugal registou um total de 541840 desempregados, um crescimento de 3,3% face a igual período de 2009. Os licenciados lideram a maior subida anual do desemprego. O país tem 50 mil licenciados sem trabalho, 11,3% mais do que em 2009.

É nas habilitações mais altas que o desemprego faz mais vítimas, ainda que o IEFP registe também uma subida do desemprego de 10,% entre os detentores de formação ao nível do ensino básico. Um sinal de que o emprego que neste momento se cria no país estão longe de aproveitar o investimento que Portugal fez na qualificação dos seus recursos humanos. Regra geral os postos de trabalho que se criam nesta conjuntura adversa são de baixa qualificação e baixos salários. Uma realidade que penaliza quem investe na sua qualificação pessoal e profissional.

Segundo os dados divulgados pelo IEFP, torna-se claro que o país assistiu ao longo do ano passado a uma subida do número de inscritos nos centros de emprego na ordem dos 3,3%. Contudo, no mês de dezembro merece destaque uma diminuição do desemprego de 0,9% face ao mês anterior. Uma quebra que, ainda assim, não foi suficiente para manter o desemprego ao nível dos 10,6% estimados pelo Governo para 2010.

O número de inscritos nos centros de emprego tem vindo a abrandar mas tal não é sinónimo de combate efetivo ao desemprego e criação de postos de trabalho. Até porque, apesar desta quebra no número de inscritos, os dados do IEFP revelam que o número de colocações conseguidas no último mês do ano caiu 21% face a dezembro de 2009 e 37% quando comparado com o mês de novembro. Na raiz desta diminuição do número de inscritos nos centros de emprego poderá estar a alteração às regras de acesso às prestações sociais. Relembre-se que o Governo “apertou” as regras para a atribuição de apoios. O alargamento do subsídio social de desemprego já não existe e é obrigatório ter um ano e três meses de contribuições para aceder ao subsídio de desemprego, e não um ano como até aqui.

E apesar desta semana o secretário de Estado Valter Lemos ter referido que “o pior do desemprego já passou”, a verdade é que os indícios não são de uma retoma do emprego. O número de novas ofertas decaiu de mês para mês em 2010,atingindo em dezembro as 6556, menos 12,1% do que em dezembro de 2009. Paralelamente, o número de desempregados de longa duração não para de crescer. Os profissionais inscritos nos centros de emprego que aguardam colocação há mais de um ano aumentaram 24,8% e representam atualmente cerca de 42% do total de desempregados.

São já 226280 os desempregados de longa duração, que segundo os dados oficiais, procuram trabalho há mais de um ano. Um número que não aumentou apenas no último ano. Já em 2009 a percentagem de desempregados de longa duração havia registado um crescimento de 23,3% face a 2008, agravando assim as perspetivas de inversão desta tendência.

Menos má foi a evolução de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos, onde a percentagem de desempregados inscritos desceu 5,6% em dezembro, face ao mesmo mês de 2009. Aproximadamente na mesma medida (5,3%) cresceu a percentagens de inscritos em busca do primeiro emprego.



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