Em 2009 a Nestlé Portugal investiu 781 mil euros na formação dos seus quadros. Um total de 14 mil horas de formação que para Ana Gomes, recém-empossada diretora de recursos humanos da Nestlé para o território nacional, são vitais para construir uma marca de sucesso e reconhecimento público pela via da qualidade. Consciente da velocidade a que as mudanças ocorrem, quer na sociedade quer no mundo dos negócios e da importância extrema dos colaboradores e organizações estarem aptos a responder com eficácia a estas mudanças, a Nestlé Portugal criou em 2008 a Academia de Competências. Até à data passaram por esta escola 120 colaboradores da marca. A meta é alcançar todos os quadros do grupo.
Assumindo-se cada vez mais como uma marca de três eixos – nutrição, saúde e bem-estar – a Nestlé abraça como desígnio maior “responder eficazmente a estas três vertentes” e para tal, reconhece Ana Gomes, “tem-se revelado necessário produzir algumas alterações na forma como se organizam os negócios da empresa”. Uma realidade que obriga a que os colaboradores assumam diariamente novos desafios e se adaptem rapidamente a novas formas de trabalhar.
Para alcançar estas metas e responder com qualidade às demandas de um público cada vez mais global e exigente, “a Nestlé adotou um estilo de gestão mais inspirador e menos hierárquico, o que não significa sem autoridade”, argumenta a diretora de recursos humanos. Na essência, trata-se de um modelo de gestão mais focalizado em coaching e em resultados. Um conceito que a empresa batizou de Nestlé on the move .
Com base neste princípio foi criada a Academia de Competências Nestlé que tem como missão formar os colaboradores da empresa rumo aos principio de gestão e liderança adotados a nível interno da organização. “Neste clima de mudança compete aos gestores colaborarem para o êxito da organização, terem a capacidade de motivar a sua equipa e fomentar o desenvolvimento das pessoas no sentido de assumirem uma postura de curiosidade constante e mente aberta, espírito de iniciativa e capacidade para gerar um clima de inovação e pensamento criativo, vontade para aceitar a mudança e capacidade para geri-la”, explica Ana Gomes.
Foi com base neste desígnio que nasceu a Academia de Competências. O programa formativo foi desenvolvido pelo mercado português, tendo em conta as necessidades globais da marca e os seus objetivos. O programa de gestão e liderança preconizado pela academia Nestlé é constituído por quatro módulos: Gestão, Liderança, Coaching e o módulo de Programas Avançados de Gestão. Se o primeiro módulo tem como missão melhorar as capacidades individuais dos colaboradores, o segundo treina as suas aptidões de gestão de equipas e pessoas, fomentando a aprendizagem dos diferentes tipos de liderança. O módulo de coaching é específico para chefias e “visa a aprendizagem e prática de técnicas que proporcionam o desenvolvimento dos colaboradores e de equipas e o alcance de resultados através gestão eficiente das pessoas”, explica.
Outra das vertentes desta formação incide sobre os Programas Avançados de Gestão que visa dotar os futuros líderes da companhia de competências específicas no domínio da gestão e liderança. Nesta área, a Nestlé tem como parceiros instituições de peso como o Institute of Management Development, a Universidade Católica Portuguesa, o IESE – Programa de Gestão em Escolas de Negócio e os programas de Rive-Reine: Management e Executive Development.Com esta formação, a Nestlé consegue acelerar o desenvolvimento de competências nos colaboradores identificados como talentos, melhorar as competências dos seus quadros de gestão e colaboradores. De forma transversal “são trabalhadas nesta academia 13 competências definidas como drivers para implementar a mudança e alcançar a performance – Nestlé Leadership Framework – levando os colaboradores a conhecerem-se a si próprios e desenvolverem-se em quatro clusters : Abertura, Inspirar Pessoas, Lidar com os outros e Acrescentar valor.
Até à data a Academia de Competências Nestlé já formou 120 colaboradores, num total de 14 mil horas de formação. Ana Gomes espera que esta formação atinja em três anos cerca de 289 colaboradores, entre diretores, responsáveis de negócio, chefias e gestores de todas as áreas e negócios do universo Nestlé. “Até ao final do estimamos alcançar as 17 mil horas de formação”, enfatiza Ana Gomes. A líder assegura que “todo o programa definido terá como benefícios para o colaborador a melhoria do seu auto-conhecimento, a aquisição e o reforço de competências e conhecimentos e para a empresa, ajudará a reforçar o alinhamento das pessoas com a missão, valores, estratégia e objetivos da Nestlé, proporcionando uma melhoria dos resultados só possível através do envolvimento dos colaboradores nos processos de mudança e objetivos operacionais”. Com atualmente com 1741 colaboradores em Portugal, Ana Gomes traça um balanço muito positivo deste programa de formação e das mudanças comportamentais que operou junto dos colaboradores.