Arranca já terça-feira a Career Week'12 do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). O evento, com duração de três dias, vai juntar jovens finalistas de licenciatura e mestrado e alguns dos principais líderes da gestão nacional. A meta é encurtar o caminho que vai da universidade ao emprego, sobretudo num cenário de conjuntura adversa onde o desemprego entre os jovens já atinge níveis preocupantes.
De terça a quinta-feira as portas do ISEG estão abertas para receber quem sabe e pode aconselhar os jovens em fase de entrada no mercado de trabalho, sobre as melhores estratégias para conseguir o tão ambicionado emprego e cimentar uma carreira de sucesso. Líderes como Alberto da Ponte (SCC), Rui Semedo (Banco popular), Rui Calafate (Special One Comunicação) e Ana Loya estão já confirmados e partilharão com os alunos participantes os seus conhecimentos sobre a gestão quotidiana de empresa, a melhor forma de preparar uma entrevista de emprego e o poder do personal branding , nas Career Talks, palestras sobre competências comportamentais.
Mas nem só de conferências se faz esta Career Week e o evento tem até grandes novidades face á última edição. José António Pereirinha, vice presidente do ISEG, antecipa “um evento cheio de atividades de networking e palestras orientadas para as soft skills”. Esta é de resto a grande orientação do ISEG para a Career Week 2012, a aproximação entre alunos e mercado.
O vice-presidente do ISEG assume como determinação do evento “dar um novo sentido à procura de emprego” e acrescenta que “para além de proporcionar o habitual contacto com as empresas, a edição deste ano vai dar especial ênfase à importância do contacto personalizado e da forma como esse contacto é efeito. Vamos explicar aos alunos que depende deles, e não de fatores exteriores, o sucesso na procura de emprego”.
O programa do evento contempla, por exemplo, um Business Lunch - que permitirá aos alunos um contacto privilegiado com pessoas com carreiras brilhantes na gestão de empresas - as Career Talks (mais centradas nas componentes comportamentais) e ainda uma feira de emprego, sessões e workshops e o recrutamento no campus do instituto.
Segundo José Pereirinha está já confirmada a presença de 40 empresas nas áreas da consultoria, banca, energia, TI's e grande consumo. Nomes como a Deloitte, Accenture, BNP Paribas, Optimus, Nestlé, Grupon ou a Vodafone, presenças já habituais em eventos desta natureza, vão detetar entre os alunos presentes os melhores talentos para as suas equipas.
No ISEG, cerca de 35% dos alunos encontra emprego mesmo antes de terminar o curso e a percentagem de alunos empregados um ano depois da conclusão da licenciatura é superior a 90%. Uma estatística que agrada ao vice-presidente da instituição que reconhece que o papel das universidade numa altura em que a taxa de desemprego jovem já excede os 35% em Portugal, é ainda mais relevante. “As universidade devem adaptar a formação que oferecem ao que o mercado procura, formando alunos com as capacidades técnicas mais valorizadas. Devem também ajudar no desenvolvimento de carreira, isto é, ajudar o aluno a perceber os seus pontos mais fortes e a saber “vender-se” às entidades empregadoras. São duas missões importantes para que trabalhamos todos os dias, garantindo o sucesso dos nossos alunos”, explica.
A universidade fomenta um relacionamento próximo com os seus principais recrutadores, mas o vice-presidente reforça a importância dos alunos se empenharem na conquista de um emprego. E acrescenta que é importante que os estudantes preparem com antecipação a sua presença nestes eventos de carreira para tirarem daí o máximo de benefícios. “ Preparar a participação na CareerWeek'12 começa por rever e preparar o CV para entregar e criar ou atualizar o perfil no LinkedIn. Depois, garantir que se fez a pesquisa sobre as empresas (ler último relatório e contas, consultar o site, etc..). Ter uma aparência cuidada também é importante, principalmente tendo em conta as áreas para que se recruta. Depois, é mostrar uma atitude positiva e confiante”, explica José Pereirinha que reforça a ideia de que a presença nestas Job fairs e nos workshops é um bom ponto de partida para chegar ao primeiro emprego.
A Career Week'12 ISEG está aberta a todos os alunos da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), embora segundo a organização, nas sessões de inscrição obrigatória tenham prioridade os alunos do ISEG. O programa da Career Week está disponível em www.iseg.utl.pt/careerweek.
“ O talento não se vê apenas no currículo”
José António Pereirinha
Vice-presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão
P: A edição 2012 da Career Week reveste-se de particular importância tendo em conta a atual conjuntura económica e a elevada taxa de desemprego jovem no país. Quais são as orientações na edição deste ano?
R: Será um evento cheio de atividades de networking e palestras orientadas para as soft skills. Essa é a nossa orientação para este ano. A meta é essencialmente encaminhar os nossos alunos para as empresas que mais, e melhor, recrutam no nosso país e também lá fora.
P: Quantas ofertas de emprego e estágio será possível encontrar nesta Career Week?
R: Não é possível contabilizar o número de vagas em aberto por todas as empresas que estão a recrutar, mas vamos contar com uma grande oferta nas áreas da consultoria, auditoria e financeira. Depois, teremos também vagas disponíveis na área das tecnologias de informação, comercial e marketing.
P: De que forma poderão os jovens tirar o melhor partido deste certame, no que toca a possíveis oportunidades laborais?
R: Passar pela job fair e participar nas sessões e workshops de Meet Your Recruiters é um bom ponto de partida para chegar ao primeiro emprego. A job fair permite um contacto personalizado e, em muitos casos, a entrega do CV em mão. Já as sessões de Meet Your Recruiters vão possibilitar aos alunos conhecer as organizações mais a fundo, quer em sessões centradas na carreira dentro destas empresas, quer em workshops centrados no seu core business. São um ponto de paragem importante para que os alunos mostrem o que valem, participando ativamente nas sessões.
P: na atual conjuntura, modelos destes são ainda trunfos a aproveitar por quem procura emprego?
R: Sem dúvida. Numa conjuntura de crise, procura-se acima de tudo talento e soft skills, porque a formação que as empresas valorizam é on the job, daí o crescimento dos programas de trainees, que formam jovens com pouca experiência profissional para as funções que vão desempenhar. Hoje as empresas procuram talento, é por isso que é importante criar eventos desta natureza, porque o talento não se vê apenas no CV, vê-se também (e principalmente9 na atitude, na “garra” e na paixão com que desenvolvemos a nossa vida profissional.