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Engenharia: uma aposta à escala global

A competência técnica dos engenheiros formados em Portugal já é reconhecida entre as empresas internacionais. Os profissionais da área, há muito que estão a contrariar a escalada do desemprego nacional com uma visão global do mercado de trabalho e, aparentemente, lá fora há oportunidades reais e aliciantes para os engenheiros portugueses.
25.01.2013


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Portugal surge na lista da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) como o segundo país no ranking dos que maiores quebras na taxa de emprego registaram no terceiro trimestre do ano passado, em comparação com igual período de 2011. Os dados, agora divulgados, revelam que a taxa de emprego nacional representava em setembro de 2012, 61,9% da população ativa, contra 66,3% apurados no trimestre anterior. Apenas a Grécia registou um nível de destruição de postos de trabalho mais acentuado do que Portugal. A braços com estatísticas desta ordem, aos profissionais nacionais não resta senão alargar horizontes e encarar, cada vez mais, um mercado de trabalho à escala global. Uma tarefa que pode ser mais fácil para os profissionais de alguns ramos da engenharia. Há muito que a competência técnica dos engenheiros formados em Portugal ganhou fama fora de portas. Nos últimos anos, o país tem sido invadido por empresas estrangeiras que disputam com as portuguesas, os melhores talentos nacionais nesta área. A engenharia informática e as tecnologias de informação são as que mais oportunidades geram em Portugal e lá fora, com várias centenas de profissionais lusos a ocuparem já funções de destaque em empresas internacionais. E Europa tem carência de engenheiros e Portugal está entre os melhores fornecedores de mão-de-obra nesta área. A Alemanha é o destino de eleição dos engenheiros portugueses e as carências do país são inquestionáveis. “A Alemanha tem atualmente um défice de 72 mil engenheiros e é de prever que nos próximos anos, a Europa necessite de 200 mil”. A afirmação foi proferida por Carlos Melo Ribeiro, o CEO da Siemens em Portugal e reforçada por Mike Brown, da Siemens Industry Software Limited, por ocasião da assinatura do memorando com o Governo que prevê a realização de estágios para jovens engenheiros portugueses na Alemanha e o apoio à qualificação e ensino na área da engenharia deste os primeiros anos de ensino. Oportunidades que não passam, certamente, só por esta empresa. Segundo dados globais sustentados por um inquérito conduzido pela tecnológica, face à falta de profissionais altamente qualificados nesta área de formação a Europa, e até os Estados Unidos da América, estão já a ver-se obrigados a contratar em países emergentes. Entre as principais conclusões do relatório está um saldo que comprova a elevada empregabilidade desta área a nível mundial. A Índia formou nos últimos anos 350 mil engenheiros, a China 600 mil, os Estados Unidos 70 mil e no Reino Unido graduaram-se apenas 20 mil. As necessidades de mão-de-obra qualificada nesta área são tais, que até as instituições de ensino já demonstram preocupação em atrair os jovens, sobretudo mulheres, para as engenharias. Em Portugal apenas 25% dos jovens ponderam seguir cursos na área das engenharias. A média fica muito aquém da verificada, por exemplo, na Bélgica onde 80% dos jovens aspiram a esta área. Números que merecem uma reflexão quando a meta é apostar em área com empregabilidade assegurada.


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