Engenheiros lideram remunerações
O mercado de trabalho nacional está em mudança, a começar pelas remunerações. Na semana em que o governo publica as novas tabelas de retenção na fonte e em que se debate o seu impacto no vencimento mensal dos portugueses, o Hay Group divulga um estudo que demonstra que os portugueses há muito que estão a perder rendimento mensal, desde que saem da universidade.
17.01.2013 | Por Cátia Mateus

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Economia, Gestão, Engenharia e Sistemas de Informação continuam a ser as áreas de formação mais bem remuneradas em território nacional. Ainda assim, um estudo salarial agora divulgado pela empresa de consultoria de gestão Hay Group, revela que a vida dos recém-licenciados nestas áreas também já esteve mais fácil no mercado de trabalho nacional. Seguindo a tendência da generalidade das áreas e funções, os salários praticados pelas empresas para os recém-graduados nestes sectores, sofreram quebras médias na ordem dos 10%, ao longo do último ano. Para os profissionais mais seniores, a tendência é de congelamento de salários e os aumentos, a acontecerem, garante Tânia Silva, manager do Hay Group, “estarão relacionados com a necessidade de reter pessoas-chave na organização e resolver problemas de equidade interna”.
Um recém-licenciado em marketing não deverá auferir, no atual cenário económico do país, um salário médio mensal superior a 970 euros. Os valores têm como padrão a retribuição base e sobem para os 1000 euros mensais no caso da área de formação ser em Gestão ou Economia, 1090 euros para quem está habilitado a trabalhar com Sistemas de Informação e 1100 euros para os Engenheiros. Nas restantes licenciaturas, a média de remuneração praticada no mercado ronda os 860 euros mensais (ver tabela). Segundo Tânia Silva, os números espelham os valores médio de retribuição base pagos aos recém-licenciados, na sua maioria com graduados com o segundo ciclo de Bolonha.
“O valor médio pago a um recém-graduado pelas empresas analisadas foi de 1.003 euros líquidos, o que representa uma descida de 10% face ao ano anterior”, explica a responsável do Hay Group. Para Tânia Silva, esta diminuição do nível remuneratório é o resultado direto do aumento do desemprego entre os jovens em Portugal. Num país onde o desemprego jovem já se aproxima perigosamente dos 40%, a pressão descendente dos salários é a causa mais natural. Uma tendência que é também aplicada aos estágios profissionais, onde “no ano passado se apurou uma descida de 11% face a 2011”. Segundo Tânia Silva, “os estágios são atualmente remunerados a uma média de 680 euros e a sua duração não ultrapassa os seis meses”. Já em matéria de vínculos contratuais para os recém-licenciados, a prática mais comum apurada pelo estudo do Hay Group é o contrato a prazo anual, compreendendo 14 salários mensais. Com painel de amostra maioritariamente constituído por multinacionais, Tânia Silva acredita que “embora muitos recém-graduados não consigam colocação nas maiores empresas, são estas que dão cartas em matéria de política retributiva e definem um padrão para o mercado”. Um padrão que se está apenas a alterar para os jovens que acabam de sair das universidades. Entre os perfis mais seniores a remuneração em Portugal também já viveu melhores dias e os cortes, não estão apenas relacionados com o aumento da carga fiscal imposta pelo Governo.
Já no ano passado, os aumentos salariais nas empresas portuguesas não ultrapassaram em média os 0,3% e este ano permanecerão abaixo de 1%. A acompanhar esta redução, há também cortes nos designados benefícios extra-salariais. Plafonds de telemóvel e benefícios como o carro da empresa e os seguros de saúde poderão sofrer, segundo a consultora, ajustes. Entre as empresas inquiridas no estudo, 32% congelaram salários e 68% mantiveram os aumentos perto de 1% e nas empresas onde pontualmente o incremento salarial excedeu esta percentagens, as razões apontadas foram o desempenho excecional dos colaboradores ou a necessidade de reter talento.
“O controlo de custos e as severas restrições orçamentais estão presentes no quotidiano das empresas”, explica a manager da consultora global que destaca uma redução da retribuição base na generalidade dos sectores. Uma tend~encia que, na perspetiva de Tânia Silva, deverá manter-se este ano ainda que 42% das empresas admitam realizar aumentos, já que têm orçamento disponível. Os diretores de segunda linha (quadros superiores) e os técnicos qualificados podem esperar, segundo o estudo, aumentos de 1,3 e 1,2%, respetivamente. Já os diretores executivos, não devem ver o seu salário subir além de 0,3%, enquanto os administrativos terão incrementos na ordem de 1%. Nos últimos anos, explica a especialista, as empresas têm substituído recursos, por questões de reforma ou saída voluntária, por outros mais baratos e face a orçamentos para aumentos reduzidos “a prioridade é ter equidade interna”. Mas Tânia Silva chama a atenção: a tendência para redução de salários tem consequências a longo prazo e muitas empresas estão já a braços com “problemas de desmotivação gravíssimos, gerados pela desigualdade da retribuição entre pessoas com funções semelhantes”.
A amostra do estudo salarial do Hay Group, contemplo mais de 200 empresas que operam no mercado nacional. Cerca de 67% são multinacional, 55% têm um volume de negócios superior a 40 milhões de euros e 27% empregam mais de 400 colaboradores. Em relação a 2011, a consultora destaca o aumento do peso da componente variável do salário a uma média de 4%. Para reduzir custos, muitas empresas reduziram também os benefícios, passando estes a pesar 7% e não 13% como em 2011. Para compensar a estagnação salarial e o aumento da carga fiscal, muitas empresas estão a adotar os tickets de refeição ou de infância, para subsidiar os infantários dos filhos dos colaboradores. O relatório demonstra que o sector da energia foi o que em 2012 melhor remunerou os seus trabalhadores, mas numa abordagem global, a generalidade das empresas estão a adaptar os seus pacotes de remuneração.
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