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Empregos temporários

A maioria das empresas lusas já recorreu ao trabalho temporário
28.07.2006


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Cátia Mateus

AS GRANDES empresas são as que mais recorrem ao trabalho temporário (TT), mas as que menos integram os trabalhadores após o fim do contrato. A conclusão decorre de um estudo realizado pela Allbecon, uma empresa de TT presente em Portugal há um ano. O documento, agora divulgado, revela ainda que cerca de 73% das empresas portuguesas já recorreram pelo menos uma vez a trabalhadores temporários e que são as mulheres o recurso humano mais procurado.

A indústria e as empresas de serviços (colectivos, sociais e pessoais) são as que mais recorrem ao TT. Mas não é de ignorar o volume de contratos temporários realizados pelos sectores da construção civil, produção e distribuição, comércio e actividades financeiras.

Este estudo, sustentado por inquéritos a 1934 empresas do distrito de Lisboa, sugere ainda que esta forma de trabalho está a «conquistar terreno» à prática dos recibos verdes, muito embora estes ainda persistam em elevado número.

«O ajustamento do volume de mão-de-obra aos níveis de produção da empresa é para 63% das empresas inquiridas a grande razão para recorrer ao TT»
, revela o documento. Logo a seguir figuram as intenções de flexibilização do processo de recrutamento e selecção (41%) e a gestão contratual dos trabalhadores (23%).

A Allbecon reconhece que «apesar da ausência de dados estatísticos sobre o número de empresas utilizadoras de TT, é possível afirmar que hoje praticamente todas as empresas de grande dimensão já recorreram, pelo menos uma vez, a esta forma de contratação».

Esta modalidade contratual - útil nos sectores que dependem de projectos específicos, flutuações de actividade sazonal, prazos de planeamento reduzidos e necessidade de mão-de-obra mais flexível - está generalizada a praticamente todas as empresas, independentemente do seu sector.

Em matéria de perfis, o estudo aponta para uma predominância de inscritos nas Allbecon Portugal com competências voltadas para as áreas administrativa, financeira, «call center», bem como para as áreas comerciais. De acordo com as conclusões do relatório, «hoje começa a notar-se o recurso ao TT para colmatar necessidades de profissionais técnicos e especializados».

Os responsáveis pelo estudo salientam ainda um importante factor: «actualmente, qualquer vínculo laboral pode considerar-se inseguro. A verdadeira segurança de um profissional reside nas suas competências e na sua busca constante pela actualização de conhecimentos». Razão pela qual os líderes da empresa defendem que o sector do TT continuará a crescer e a desenvolver-se, «proporcionando ao trabalhador essa oportunidade de ganhar experiência e formação e às empresas, a flexibilização».





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