Marisa Antunes
Garantir que se possui “conhecimentos de informática na óptica do utilizador”, um requisito básico em qualquer currículo, não tem, em Portugal um verdadeiro valor. Isto porque, na maior parte dos casos, vale apenas a palavra do candidato que só após ser seleccionado vê as suas capacidades serem efectivamente testadas.
Algo que não acontece numa boa parte de países da União Europeia, onde para os recrutadores é uma mais-valia os candidatos possuírem a chamada Carta Europeia de Condução Informática-European Computer Driving Licence (ECDL).
Este certificado de competências em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é reconhecido internacionalmente e comprova que o seu detentor sabe, de facto, utilizar as aplicações informáticas mais usuais do mercado.
Em Portugal, apenas 15 mil portugueses possuem essa Carta de Condução Informática que existe, no nosso país desde o ano 2000. Em declarações à agência Lusa, a directora-executiva da ECDL Portugal, Paula Colaço Gomes, lembrou que “esta certificação é uma prova evidente e universal do que aquela pessoa sabe ou não sabe em termos de tecnologias de informação”.
Na Irlanda, um estudo indicou mesmo que a adopção deste certificado foi decisiva para o “choque tecnológico” local, adiantou ainda a responsável desta entidade que é a responsável pela emissão dos certificados, trabalhando em parceria com 260 centros no Continente e Ilhas.
O custo total da certificação poderá rondar os 200 euros e os candidatos poderão obter o diploma através da frequência de aulas ou, caso já tenham conhecimentos de informática, estudar o material de apoio em casa e depois simplesmente comparecer ao exame.
São sete os exames que levam à obtenção da ECDL, que abrangem as principais áreas de utilização das Tecnologias de Informação. Cada exame aprovado é registado num Cartão de Registo de Competências em Informática (CRCI).
Após a conclusão com sucesso dos sete exames que asseguram a uniformidade dos conhecimentos em todos os países europeus, será então concedida a Carta de Condução Informática, válida, por isso mesmo, em toda a Europa. Mas mundialmente mais de 150 países já adoptaram e reconhecem o certificado.
A ECDL surgiu a partir de uma iniciativa do CEPIS (Council of European Professional Informatics Societies), a organização que reúne as associações de informática de toda a Europa e que pretende conferir aos seus utilizadores e as empresas que os recrutam um padrão de excelência e competência na utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Para mais informações pode-se consultar o site www.ecdl.pt ou através do Centro de Aprendizagem das Novas Tecnologias (CANT) do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Vantagens para os empregadores
- Define um padrão de aptidões informáticas para os colaboradores
- Garante maiores ganhos de produtividade
- Ajuda a reduzir os custos com o investimento em Tecnologias de Informação
- Assegura uma certificação independente conferindo aptidões que podem ser aplicadas em diversas plataformas
- Consolida e uniformiza os conhecimentos em informática entre os colaboradores
- Reduz as horas perdidas de trabalho devido à falta de conhecimentos em TI
- Dá um selo de garantia à própria empresa em relação à consciencialização no que respeita à segurança da informação