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Os riscos do trabalho

No seu último relatório, o Observatório de Riscos avança com as novas ameaças emergentes mais susceptíveis de afectar os trabalhadores no seu emprego.
07.12.2007


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Maribela Freitas

Agricultores, trabalhadores do sector da saúde e as pessoas ligadas a indústrias em desenvolvimento, como, por exemplo, o tratamento de resíduos, são os profissionais mais susceptíveis de serem afectados pelas novas ameaças biológicas no local de trabalho. Esta é a conclusão apresentada pelo último relatório do Observatório Europeu de Riscos (OER).

Criado em 2005, o OER está integrado na Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho (AESST) e tem por objectivo identificar riscos novos e emergentes, bem como promover acções preventivas nos respectivos sectores de actividade. No seu novo relatório identifica os riscos biológicos emergentes mais susceptíveis de afectar os trabalhadores da União Europeia (EU), especialmente as actividades já citadas. As doenças transmissíveis, como a síndrome respiratória aguda grave, a gripe das aves ou o dengue, são motivos de preocupação crescente. Apesar da legislação europeia existente, os conhecimentos são ainda escassos em muitos locais de trabalho e os riscos biológicos são avaliados e prevenidos de forma deficiente. Para o OER, a solução para o problema passa por uma abordagem global e multidisciplinar que englobe a segurança e saúde no trabalho, a saúde pública, a protecção do ambiente e a segurança alimentar.

Jukka Takala, director da AESST, explica que “os riscos biológicos são subestimados com frequência, apesar de poderem ser muito nocivos para os trabalhadores da UE em quase todos os sectores”. Há então que identificar os perigos logo que surgem, analisar as suas consequências e preparar políticas para minimizar a sua propagação.

Dados do observatório apontam para a morte em todo o mundo de 320 mil trabalhadores vítimas de doenças transmissíveis causadas por vírus, bactérias, insectos ou animais. Só a UE regista cinco mil destas vítimas. As mulheres são as mais afectadas, porque ocupam postos com maior nível de exposição. O relatório acrescenta que a maior parte desses riscos está relacionada com novos agentes patogénicos contagiosos como a síndrome respiratória aguda grave, a gripe das aves, o ébola e alguns reemergentes, tal como a cólera e a febre amarela.

“Dada a velocidade e o volume de tráfego do comércio internacional, estas substâncias podem propagar-se por todo o mundo em poucas horas e dar início a novas pandemias”, acrescenta o OER. Uma vez que muitas destas doenças se transmitem dos animais para os humanos, os trabalhadores que lidam com gado estão mais expostos.

Outros agentes patogénicos, como os da tuberculose, tornaram-se resistentes aos medicamentos conhecidos e podem dar lugar a infecções entre os profissionais de saúde. Em novas indústrias como a do tratamento dos resíduos os trabalhadores entram em contacto com uma grande variedade de microorganismos e componentes orgânicos transportados pelo ar. Os bolores podem disseminar-se em qualquer local de trabalho com deficiente manutenção do ar condicionado e provocar asmas e alergias.





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