Trabalho Temporário emprega 600 por dia
Em tempo de adversidade, o trabalho temporário parece estar a contrariar a conjuntura do mercado. Depois de em 2010 ter sofrido uma ligeira quebra, o sector cresceu 2% em 2011, num austero contexto de crise. Marcelino Pena Costa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego, não nega que este segmento ainda tem duras batalhas para ultrapassar, mas defende que o trabalho temporário é, cada vez mais, uma sólida alternativa para quem quer alcançar a empregabilidade e ganhar competências.
12.01.2012 | Por Cátia Mateus

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As 246 empresas de Trabalho Temporário (TT) que operam em Portugal, com alvará, colocaram no ano passado no mercado de trabalho uma média de 600 trabalhadores por dia. O número é avançado por Marcelino Pena Costa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas dos Sector Privado de Emprego (APESPE), uma altura em que se conhecem os resultados de um estudo da Eurociett e do Boston Consulting Group que revela que a regulação desadequada e as perceções desatualizadas, ainda fazem com que o potencial deste sector não seja atingido em pleno. Até porque, como revela Marcelino Pena Costa, “há em Portugal sectores onde as empresas de TT não têm profissionais suficientes para dar resposta ás empresas”.
No ano passado as empresas de TT portuguesas colocaram no mercado de trabalho pelo menos 160 mil trabalhadores, mas poderiam ter colocado mais. Marcelino Pena Costa acredita que “muitos trabalhadores ainda têm a mentalidade de aproveitar o subsídio de desemprego até ao limite, sem perceberem que estão a cometer um erro grave: irem perdendo competências por estarem parados”. Apesar de ser do domínio comum que um trabalhador inativo tem maior dificuldade em regressar ao mercado, há sectores de atividade para os quais as empresas de TT têm dificuldade em encontrar colaboradores e não consegue das respostas às clientes. “É o caso do sector do vestuário, do calçado e das áreas comerciais onde existe uma elevadíssima procura”, revela o presidente da APESPE.
Marcelino Pena Costa não nega que, tal como os sectores, este também se ressentiu com adversidade e instabilidade económica, mas acrescenta que o TT parece estar agora em contraciclo. No ano passado realizou vendas nacionais na ordem dos 1.250 milhões de euros e cresceu 2% face a 2010. Números que levam o especialista a realçar a importância deste segmento e a assumi-lo como “uma sólida alternativa para quem está desempregado, sobretudo porque as empresas de TT têm todo o interesse em colocar trabalhadores rapidamente de modo a garantirem a sua fonte de rendimento”.
Cada vez mais qualificado, o sector do trabalho temporário nacional há muito que não se restringe aos jovens profissionais em início de carreira. Hoje as empresas de TT integram profissionais técnicos e, fruto da conjuntura, também altamente qualificados e até a faixa etária já deixou de se resumir aos jovens. “os profissionais mais qualificados já começam a perceber que podem dar o seu contributo às empresas, aportando todo o seu conhecimento técnico e experiência em projetos temporários, mas ainda é preciso eliminar o estima associado a este modo de trabalho”, enfatiza Pena Costa.
O método sempre foi popular entre os mais jovens para quem “o TT continua a ser uma importante ajuda, na medida em que lhes permite ir acumulando experiência e ganhando competências no ativo”, mas para Marcelino Pena Costa, a batalha agora é também outra.
O presidente da APESPE revela a intenção da associação em dinamizar o TT entre os profissionais seniores, com maior experiência profissional competências técnicas. “Acreditamos que as empresas de TT podem ter um importante papel na integração de profissionais seniores, acima dos 45 anos. Não faz sentido que um profissional de 45 ou 55 anos, perfeitamente válido, não possa dar o seu contributo a uma empresa numa situação pontual”, explica adiantando que “há muito conhecimento nestas pessoas que está a ser subaproveitado, mas para isso também é preciso que o TT deixe de ser encarado por estes profissionais como algo depreciativo”.
E se esta é a grande batalha da APESPE para o futuro próximo, outra há que a associação não pode deixar de travar. Segundo estudo da Erociett e do Boston Consulting Group “Adapting to Change”, os serviços privados de emprego possuem um enorme potencial para permitir a adaptação a mudanças sazonais e cíclicas do mercado de trabalho, mas ainda estão subaproveitados.
Na Europa, “12 milhões de trabalhadores utilizam anualmente os serviços de empresas de trabalho temporário para entrar no mercado, mudar de emprego, atualizar competências ou até alcançar posições permanentes”, revela o documento. O sector tem vindo a evoluir e oferece cada vez mais uma solução de serviços profissionais para fornecer soluções diversificadas que vão desde a consultoria ao recrutamento para serviços de RH passando pelo outsourcing, mas o seu papel ainda é subestimado. Para Marcelino Pena Costa, “o sector privado de emprego, organizado e regulado oferece um trabalho digno e confere vantagens especiais quando comparado com outras formas externas de trabalho flexível que podem ser muito precárias para o trabalhador”.
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