De acordo com o relatório “Pessoal da Atividade Seguradora”, elaborado pela Associação portuguesa de Seguros (APS) e agora divulgado, cerca de 35% dos profissionais de seguros possuem qualificações ao nível do ensino superior. Um número que para o presidente da associação, Pedro Seixas Vale, está em mudança. Com um nível de entradas e saídas que ronda os 300 colaboradores a cada ano, o presidente da APS defende que o sector “tem mantido nos últimos cinco anos, praticamente o mesmo nível de emprego direto nas companhias de seguros”, mas os requisitos para integrar uma carreira nesta área têm vindo a sofrer alterações. A formação superior já é uma exigência base.
“O sector dos seguros tem evoluído muito significativamente nos últimos anos, no domínio dos produtos e serviços oferecidos aos clientes (cerca de 200 produtos novos por ano), no domínio dos circuitos de distribuição, nos processos de contacto com os clientes, na elevada introdução de novas tecnologias e modelos de comunicação, na gestão de riscos assumidos com novos meios de definição de preços, na gestão de ativos (internacionalização) e também na gestão de recursos humanos, ao nível da admissão, retenção, avaliação de performance e remuneração”, explica Seixas Vale. os requisitos para aceder à profissão, são semelhantes aos de qualquer outra profissão, mas o sector têm vindo a atribuir uma crescente importância à qualificação superior, o que durante muito tempo não aconteceu
Segundo o presidente da APS, “o sector segurador tem hoje uma importância significativamente crescente no sistema económico e, sobretudo no financeiro”. Ao procurar satisfazer as necessidades de segurança das pessoas e dos bens patrimoniais, o sector está a evoluir cada vez mais em novas áreas e novos modelos. “O conhecimento dos futuros colaboradores será, fruto disso, mais intenso e extenso”, explica Pedro Seixas Vale, adiantando que “novas áreas de conhecimento vão ser necessárias e às seguradoras competirá criar condições de motivação dos novos e bem preparados quadros das suas empresas”.
Nas contas do líder da APS, “a criação líquida de emprego não será muito significativa nos próximos três a cinco anos, tendo em conta que a evolução económica do país está condicionada pelos desequilíbrios estruturais existentes”, mas o presidente adianta que “a mudança do nível de exigência das qualificações dos trabalhadores de seguros vai acentuar-se”. Pedro Seixas Vale diz-se convicto de que “dentro de cinco a sete anos, 50% dos trabalhadores terão formação de base de licenciatura e, dentro destes, 10 a 15% terão níveis de formação ainda complementados com mestrado e ações de especialização”.
O relatório da APS dá conta da capacidade do sector segurador para assegurar a criação de emprego qualificado e a retenção e motivação dos seus quadros, mas o presidente enfatiza a importância de se apostar no reforço deste investimento na qualificação e retenção de talento. Em termos médios, o valor do ordenado efetivo mensal ronda, segundo Seixas Vale os €2,107. O estudo citado pelo presidente refere ainda que apenas 4,3% dos trabalhadores apresentam salários abaixo dos €1000 mensais e apenas 0,4% dos trabalhadores ganham menos de €700. Seixas Vale explica também que é diminuto o número de ativos com contratos a termo (5,3% do total), sendo estes trabalhadores aqueles que, apresentam ordenados efetivos mensais abaixo da média do sector. Para o presidente, “trabalhar no sector segurador, significa para os trabalhadores, desempenhar funções num sector inovador e com elevadas regalias extra-contratuais e condições de trabalho e evolução profissional significativas”.