Mais de sete mil portugueses em idade ativa escolheram as suas empresas de sonho para trabalhar em Portugal. A transportadora aérea nacional TAP, a Delta Cafés e a Nestlé destacaram-se como as empresas mais atrativas aos olhos dos profissionais portugueses no primeiro estudo de employer branding realizado pela multinacional de recrutamento Randstad em Portugal. As conclusões do Randstad Award 2016, desenvolvido pelo ICMA Group e divulgado esta semana, colocam o salário entre os fatores mais valorizados pelos profissionais no momento de procurar emprego ou aceitar uma nova proposta profissional. 71% privilegiam questões financeiras, ao passo que a estabilidade só é relevante para 59% dos portugueses inquiridos e a progressão na carreira para 52%.
O estudo cruza variáveis demográficas para analisar as diferentes motivações que orientam as escolhas dos profissionais portugueses, em função do género, grupo etário e nível de escolaridade. Entre as mulheres, a segurança laboral, o ambiente de trabalho, a conciliação trabalho-família e a flexibilidade são os aspetos mais valorizados. Os profissionais do sexo masculino estão mais focados em oportunidades de carreira globais, empresas que ofereçam boas remunerações, com uma gestão forte e que apostem na inovação. Em termos etários, o estudo também confirma a existência de prioridades distintas. Para os mais jovens, o reforço da experiência, o conteúdo do trabalho, a flexibilidade e as oportunidades de carreira globais são mais valorizadas do que para os profissionais com idades entre os 25 e os 44 anos, que privilegiam sobretudo a segurança laboral e a carreira, ou a estabilidade financeira, considerada prioritária pelos profissionais acima dos 45 anos.
Saúde e Turismo estão entre os favoritos
As Tecnologias de Informação e Consultoria (51%), Saúde (49,2%) e Turismo, Hotelaria e Lazer (47,9%), ocupam o topo do ranking dos sectores mais atrativos para trabalhar, aos olhos dos profissionais portugueses. Mas o Randstad Award não deixa de destacar áreas como a da Energia, Ambiente e Recursos Naturais (44,9%), o sector Automóvel (41,7%) e as Telecomunicações (40,8%), como muito valorizadas em termos de carreira. ?O Randstad Award conclui ainda que “a notoriedade das marcas não se reflete automaticamente na atratividade percecionada pela população ativa portuguesa”. O estudo demonstra que empresas com notoriedade elevada e atratividade alta são players dominantes, com capacidade para escolher os trabalhadores mais motivados e melhor qualificados.
Já as organizações com menor awareness e elevada atratividade atuam fundamentalmente em nichos de mercado, apresentam margem de crescimento e têm uma escolha limitada entre funcionários muito bem qualificados e altamente motivados. José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal, conclui que “o que este estudo nos demonstra é que o reconhecimento da marca, por vezes, não tem uma identidade quanto à proposta de valor para o colaborador desta mesma marca, o que poderá ser interessante para definir a estratégia de captação e retenção de talento para as organizações”.