São muitas as razões que levam um profissional a investir na realização de um MBA ou uma formação executiva, mas em todas elas há um factor comum: alcançar um maior conhecimento no domínio da gestão que lhe permita liderar equipas, empresas ou projetos e, com isso, alavancar a sua carreira. Mas há muito que os planos curriculares dos MBA já não trabalham apenas as ferramentas e metodologias de gestão de forma genérica. Cada vez mais, estes cursos de formação executiva abordam a gestão na perspetiva específica dos vários nichos profissionais. Até porque, ter sucesso na gestão de uma startup ou de um negócio sustentado na criatividade e na inovação, é substancialmente diferente do que gerir uma organização na área da saúde.
E esta área específica está entre as que mais tem merecido a atenção das escolas na altura de estruturar os planos curriculares da sua oferta formativa. Nos últimos anos, têm surgido nas instituições de ensino nacionais cursos de formação executiva e MBA especificamente vocacionados para treinas gestores na área da saúde ou conferir competências de gestão a profissionais cuja formação base é no campo clínico. A lógica é a mesma que inspira oferta formativa semelhante noutras áreas: diversificar competências para ampliar oportunidades de carreira. Só a Universidade Autónoma de Lisboa, por exemplo, possui três MBAs direcionados para a área da Saúde: o MBA em Gestão e Economia da Saúde, o MBA em Turismo de Saúde e o MBA em Nova Gestão Comercial do Canal Farmácia. A esta oferta somam-se ainda uma pós-graduação em Cuidados de Saúde e Governação e vários outros cursos.
A instituição justifica a sua oferta formativa com os desafios atuais do sistema de saúde nacional e internacional – alavancados por novos contextos como a empresarialização dos hospitais públicos, a escassez de recursos, a forte competitividade no sector da saúde, nomeadamente com a implementação de unidades/grupos privados de prestação de cuidados de saúde, clínicas de diagnóstico e terapêutica, e laboratórios de análises clínicas privados, o controlo orçamental rigoroso que têm imposto reformas nas organizações de saúde – e com a necessidade que estes geram nas empresas de ter profissionais bem preparados, com competências polivalentes e diferenciadas ao nível da direção e gestão de projetos na area da saúde.
Foi esta mesma lógica que orientou a Porto Business School quando decidiu criar uma pós graduação em Gestão e Direção de Serviços de Saúde. A atual edição do curso arrancou em Outubro, com o objetivo de “promover e desenvolver capacidades específicas de gestão e direção na área de prestação de serviços de saúde” e tem entre os seus alunos médicos, enfermeiros, farmacêuticos e técnicos superiores de saúde que pretendam uma especialização em gestão e direção de serviços de Saúde, mas também administradores hospitalares, diretores de clínicas e laboratórios e diretores de serviços de ação médica. Uma aposta que a instituição considera estruturante num contexto em que “os responsáveis de topo e os quadros intermédios das diversas instituições de saúde têm vindo a ser confrontados com a necessidade de conseguirem melhores resultados com recursos que são cada vez mais escassos”, sendo para isso crucial o domínio dos conceitos e ferramentas de gestão e de economia.
Na Universidade Lusófona a aposta é feita no domínio dos Sistemas de Informação em Saúde. A escolar criou o MBA em Saúde e Sistemas de Informação, “um curso avançado de gestão de para área da Saúde e a sua interligação com Sistemas de Informação” que visa “garantir que os executivos e líderes empresariais da área da saúde alcancem elevados graus de competências inovadoras sobre a gestão empresarial, na qual os Sistemas de Informação têm uma preponderância fundamental”, explica a Universidade Lusófona na apresentação do MBA.