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"A profissionalização dos trabalhadores do sector tem uma relevância crescente"

Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) traça para o sector do imobiliário um cenário de mudança e desafios, sobretudo no campo da profissionalização e qualificação dos seus profissionais. Em entrevista ao Expresso, o líder da APEMIP defende que os momentos mais difíceis do sector foram ultrapassados, mas a mudança de paradigma do mercado colocou novas exigências no campo do recrutamento.

16.04.2016 | Por Cátia Mateus


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Que balanço faz da evolução do sector imobiliário nos últimos dois anos em Portugal?
O balanço é positivo, especialmente quando comparado com a realidade que se viveu no sector nos anos anteriores, em que o imobiliário atravessou um período de estagnação que obrigou as empresas a reiventarem-se para se aguentarem estabelecidas no mercado. Nos últimos dois anos, assistimos já a um aumento do número de transações imobiliárias e do valor das mesmas, que foi fruto de um trabalho árduo desenvolvido pelas empresas, no sentido de se internacionalizarem e mudarem o seu paradigma de ação.

Quer com isso dizer que as dificuldades que afectaram o sector nos últimos anos estão plenamente superadas?
Posso dizer que essa fase foi ultrapassada. Talvez não possa dizer que foi superada em pleno. Mas posso dizer que essa fase, nomeadamente no que à estagnação diz respeito, está ultrapassada. Em algumas localizações, há ainda oferta que tem dificuldade em encontrar a procura desejada, mas muitos destes casos ocorrem mais pela mudança de paradigma do mercado imobiliário, - a mudar também as características da procura -, do que por dificuldades herdadas pela crise.

E em matéria de criação de emprego, como tem evoluído o sector?
O emprego neste sector é de natureza muito diversa, considerando os empregos diretos e os indiretos. Em algumas empresas do sector, como por exemplo as de mediação imobiliária, poderei dizer que a crise desencadeada em 2008 pelo subprime, fez encerrar empresas mas também fez criar algumas. A diversificação dos negócios imobiliários, por outro lado, também pode determinar mudanças nas ofertas de emprego. Atualmente, a internacionalização do mercado imobiliário é um dos pontos mais importantes, sendo necessários recursos humanos que tenham formação para trabalhar estes mercados, nomeadamente a nível de línguas e técnicas de vendas. A profissionalização dos trabalhadores do sector imobiliário tem uma relevância crescente, e pode (e deve) ser sempre acompanhada pela constante formação profissional.

Alguns especialistas em recrutamento argumentam que a crise e subida do desemprego provocaram uma mudança no perfil dos profissionais ligados ao sector imobiliário. Corrobora esta visão?
Sem dúvida. Como referi, há uma evidente necessidade de recrutar profissionais especializados e de fornecer formação profissional especializada. Não para absorver gente que tenha caído no desemprego noutros sectores, mas para dar resposta às exigências do próprio imobiliário cujo paradigma de comercialização, ou seja, o paradigma do encontro entre a procura e a oferta, tem vindo a mudar de forma muito significativa. Basicamente revelando procuras muito mais exigentes e diversificadas o que, obviamente, requer resposta por parte da oferta.



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