As competências são importantes e são elas, aliadas a um percurso rico em experiências, que lhe podem abrir a ponta à possibilidade de se dar a conhecer a um recrutador num momento de entrevista. Mas se chegar a essa fase, vai precisar de um pouco mais do que um percurso profissional relevante, boas competências ou uma orientação global de carreira (hoje muito valorizada) para garantir que a vaga é sua. Vai precisar de saber agarrar a oportunidade de causar uma primeira impressão impactante no recrutador.
Segundo os especialistas, é aqui que “tropeçam” muitos candidatos com elevado nível de excelência profissional e que muitas vezes nem compreendem em que parte do processo de entrevista falharam. Porquê? Porque negligenciam detalhes a que os recrutadores atribuem extrema importância. Se se integra na lista dos são chamados para entrevistas e depois não recebem qualquer feedback dos recrutadores, é possível que não esteja a tirar o devido partido desta fase do processo de seleção.
Poderá questionar como conseguirá resolver um problema se nem sabe exatamente qual é a sua origem. A verdade é que nenhum recrutador lhe dirá que foi excluído porque a roupa com que se apresentou na entrevista era de demasiado antiquada ou desadequada para a situação, ou que fala rápido demais. São fatores como estes que segundo Jeanine O’Donnel, autora e especialista em gestão de carreira, podem excluir um candidato perante outros.“As questões comportamentais tendem a tornar-se mais relevantes enquanto fator diferenciador entre candidatos, sempre que há excesso de perfis disponíveis habilitados a exercer determinada função”, explica a especialista que reconhece que “há coisas que os recrutadores não dizem aos candidatos sobre a sua prestação”.
E são, segundo explica, vários os fatores que o recrutador analisa durante a entrevista. O aspeto do candidato é o primeiro. Apresentar-se perante um recrutador com um aspeto desleixado ou pouco cuidado é garantia de não recrutamento. Encare a entrevista sempre como uma primeira montra da forma como representará a empresa perante clientes e parceiros. Qualquer empregador exige dos colaboradores uma aparência cuidada. Ter um contacto visual fraco com o entrevistador pode também ser associado a insegurança e falta de confiança nas suas capacidades, “tal como um aperto de mão mole”, explica Jeanine O’Donnel. Usar demasiadas muletas de linguagem como “ok”, “ah” ou “hum” também pode atraiçoá-lo na missão de conseguir emprego, segundo enfatiza a especialista que aconselha ainda a medir bem as palavras e “não dizer coisas desadequadas” ou demonstrar o chamado “nervoso miudinho”.