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Portugueses pouco valorizados

Portugueses pouco valorizados

Os profissionais portugueses estão entre os que se sentem menos valorizados pelos seus empregadores e, como resultado, os que apresentam menor grau de compromisso em relação às empresas onde trabalham. As conclusões estão sustentadas no último Kelly Global Workforce Index 2014, anualmente elaborado pela empresa de recrutamento Kelly Services e esta semana divulgado. 

22.05.2014 | Por Cátia Mateus


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Com menor sentimento de valorização do que os profissionais portugueses só mesmo os italianos. Segundo os resultados do inquérito Kelly Global Workforce, apenas 26% dos quase 13 mil profissionais portugueses inquiridos se sentem valorizados pelos seus empregadores. Um valor que se encontra bastante abaixo da média do estudo, situada nos 41%.

No graú de compromisso com os empregadores os portugueses também não marcam pontos. “Portugal encontra-se também aquém da média global (41%) no que respeita ao compromisso para com a função atual, uma preocupação apenas presente entre 19% dos profissionais em Portugal”, explica Afonso Carvalho, country manager da Kelly Services, que enfatiza ainda que “apenas a Itália (3%) e a Hungria (10%) apresentam resultados mais baixos”.

Associado a este desprendimento com a função que atualmente desempenham e os seus atuais desafios profissionais, há outros indicadores que apontam para o descontentamento dos profissionais portugueses. O estudo torna claro que 61% dos portugueses pensam com frequência em despedir-se do seu emprego. Um valor que na análise global não excede os 39%.

O responsável da empresa de recrutamento Kelly Services enfatiza ainda que “63% dos profissionais portugueses admitem pesquisar diariamente oportunidades no mercado de trabalho, algo que apenas 39% da totalidade dos profissionais entrevistados afirmou fazer”. A procura de alternativas à situação atual, mais vantajosas em motivação e em condições, é identificada também entre os profissionais que se assumem satisfeitos com a sua situação atual.

Segundo Afonso Carvalho, “a tendência encontrada no Kelly Global Workforce Index, que é uma tendência global mas que se apresenta de forma particularmente visível entre os profissionais portugueses, não deixa de ser preocupante”. Para o especialista em recrutamento, “a incapacidade de gerar um compromisso do profissional com a organização e os seus objetivos tem consequências diretas no empenho e qualidade do trabalho realizado e na capacidade produtiva da organização”.

Afonso Carvalho destaca ainda que “este é um indicador relevante quando se equaciona a capacidade de uma organização em reter o seu talento”. A evidente insatisfação revela, segundo o country manager da empresa, “falta de uma orientação para criar equipas estruturadas, estáveis e cria entraves ao desenvolvimento de projetos de sucesso a longo prazo”.
A edição 2014 deste estudo realizado com uma periodicidade anual, inquiriu mais de 230 mil profissionais a nível global, num total de 31 países. Em Portugal foram ouvidos 13 mil profissionais.



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