A conjuntura económica e o seu impacto no mercado laboral diverge consoante as geografias, mas há um elo comum entre a nova geração de profissionais a nível global: a sua exigência e ambição não só face à carreira mas também no que respeita ao seu empregador. O Ericsson ConsumerLab conduziu um estudo sobre a mais recente geração a entrar no mercado de trabalho: os Millennials, jovens entre os 22 e os 29 anos, com formação universitária, olhos postos no futuro e a ambição de vir a ocupar posições de liderança.
O conceito e a designação têm origem na realidade americana, mas qualquer semelhança com os jovens profissionais de outros países, economias ou realidades culturais não é mera coincidência, é o efeito da globalização. É verdade que algumas economias europeias como é o caso da portuguesa, já proporcionaram aos seus jovens melhores perspetivas profissionais, mas a atual conjuntura não limita a ambição dos profissionais que pela primeira vez integram uma empresa. Portugal também tem os seus Millennials. Jovens que não se colocam fronteiras geográficas e são cada vez mais globais, na disponibilidade para trabalhar e na ambição com que encaram a carreira.
Neste inquérito, a Ericsson ConsumerLab procurou analisar a forma como os jovens profissionais veem a empresa perfeita. A organização acredita que a mais recente geração a entrar no mercado de trabalho - os Millennials - terá um grande impacto na futura vida laboral e enfatiza que esta é uma geração com “elevadas expectativas no sentido de estarem sempre conectados no trabalho” e com uma visão diferente das gerações anteriores relativamente às ferramentas de comunicação e à vida laboral em geral. Segundo o estudo, a nova geração encara a comunicação pessoal durante o horário de trabalho como um direito e não um benefício.
Mas há outras mudanças na atitude e comportamento destes profissionais e, em particular na sua relação com a comunicação e a tecnologia. Uma das conclusões mais relevantes desta análise é que “os Millennials trazem uma boa parte das suas vidas pessoais para o trabalho, mas não permitem, necessariamente, que o trabalho entre nas suas vidas privadas”. Revela o documento que embora estes profissionais estejam determinados em ter um bom desempenho no trabalho, “é virtualmente impossível para eles deixar a vida pessoal para trás”. Acedem ao Facebook, enviam e recebem mensagens escritas nos seus dispositivos móveis (regra geral smartphones) durante o horário de trabalho e encaram-no como um direito e não um benefício.
Segundo Ann-Charlotte Kornblad, sénior advisor do Ericsson ConsumerLab, os jovens profissionais “querem relações de proximidade com os seus supervisores e esperam obter feedback frequente”. A especialista acrescenta ainda que os Millennials “não gostam de ambiguidade e esperam que haja transparência e justiça em todas as suas relações com organizações de trabalho” e enfatiza: “um fator chave para muitos destes profissionais é manter o equilíbrio entre os períodos de trabalho e de lazer, esperando que os empregadores tenham soluções para os ajudarem a conseguir isto”.
De acordo com o estudo, 45% dos Millennials utilizam os seus telefones pessoais, pagos por si, no trabalho, custeando também as comunicações relacionadas com questões profissionais. Só 23% dos Millennials têm telemóveis total ou parcialmente pagos pelos empregadores.
Outra das conclusões de destaque diz respeito à impaciência dos Millennials. Parte da geração Facebook, “procuram gratificações instantâneas”, o que faz com qie tenham pouca tolerância no que se refere aos modos de comunicação que são lentos ou que não proporcionam feedback imediato. A amostra recolhida pelo Ericsson ConsumerLab tem enfoque nos profissionais especializados nos Estados Unidos, cujas persperivas perante o trabalho são apontadas como tendência.
O que oferecem as empresas-modelo
Impacientes, os Millennials são parte de uma geração que procura segundo o estudo “gratificações instantâneas”. Uma postura que os leva a ser pouco tolerantes face à ausência de feedback imediato e também a ambiguidades no relacionamento com a estrutura empresarial. Aos olhos desta nova geração de profissionais, a empresas ideal deve oferecer:
. Trabalho satisfatório, no geral
. Possibilidade de trazerem as suas vidas pessoais para o trabalho (poderem fazer multitasking)
. Orientação para objetivos (com base na atividade, da própria responsabilidade quando e onde se trabalha)
. Oportunidade de trabalhar em equipa com outras pessoas da mesma idade
. Uma organização estável
. Uma chefia envolvida e proativa
. Orientações claras
. Perspetivas de promoção
. Feedback constante
. Transparência
. Respeito pelo equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal
. Relação de proximidade com a chefia
. Tecnologia atualizada, especialmente na área da comunicação.