Jovens apostam no artesanato UM GRUPO de recém-licenciados criou uma empresa no ramo publicitário que pretende destronar os produtos chineses em prol do artesanato português nas ofertas de brindes de Natal e promoções comerciais.
Sedeada em Albergaria-a-Velha, a Arcanstyle vai centralizar-se no comércio de pequenas peças de artesanato do Continente e ilhas, personalizadas ou não com o logotipo das empresas.
Louças, lenços, peças em madeira, cortiça ou olaria e até mesmo produtos gastronómicos fazem parte do catálogo da Arcanstyle, que arrancou a sua actividade com seis colaboradores e o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional, ao abrigo do programa de Estímulo à Oferta de Emprego. «Pretendemos substituir as ‘chinesices'' pelo artesanato português e por produtos nacionais, oferecendo às empresas uma proposta diferente para as suas campanhas promocionais junto dos fornecedores e clientes», disse Miguel Arcanjo à agência Lusa.
Devido à sua localização, a empresa dará primazia aos artesãos do distrito de Aveiro, incluindo no seu catálogo miniaturas de barcos, peças de olaria e cestinhos de ovos-moles, entre outros produtos. No Natal, a empresa vai apostar também nos cabazes com uma selecção de queijos, vinhos e enchidos.
A maior parte das peças de artesanato pode ser personalizada com a marca dos clientes, mas alguns, pelas suas características, apenas levarão o dístico publicitário na embalagem. «É o caso dos lenços de Viana de Castelo ou dos bordados da Madeira, em que a aposição de uma marca iria desvirtuar as características desse artesanato, pelo que nesses casos optámos por manter a fidelidade ao produto tradicional, fornecendo-o em embalagens próprias», esclarece o responsável pelo projecto.
Personalizar artesanato implica condicionar os prazos de entrega e limitar as quantidades, admite Miguel Arcanjo, mas «essa é a mais-valia dos produtos da empresa, porque quem oferece e quem recebe sabe que são peças autênticas e únicas».