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Empresas disputam os melhores

Empresas disputam os melhores

As multinacionais através das mais conceituadas universidades nacionais procuram recrutar os melhores talentos para as suas equipas. Mais do que uma moda, os programas de estágio concebidos por estas empresas são a melhor porta de entrada para o mercado de trabalho.
06.10.2011 | Por Maribela Freitas


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São rigorosos e estruturados à medida do espírito e das necessidades de cada empresa, mas o objetivo é comum a todas as organizações: captar o melhor talento nacional para os seus quadros. Pode parecer irreal, mas mesmo em tempo de adversidade, as empresas competem entre si para contratar os melhores recém-licenciados. Os estágios são cada vez mais utilizados pelas multinacionais para renovarem os seus quadros. Anualmente, dezenas de jovens ingressam nas empresas através desta modalidade e cerca de 50% acabam mesmo por conquistar o tão ambicionado emprego.

Quem termina uma licenciatura ou um mestrado anseia por uma oportunidade de trabalho e encara um estágio como porta de entrada para a empresa dos seus sonhos, mas o processo não é fácil. As empresas exigem empenho, dedicação e competência. É que quando se fala de estágios, mais do que profissionais para preencher vagas de trabalho, as multinacionais procuram talento, competência, criatividade e trabalho de equipa que faça com que a sua estrutura cresça e chegue mais longe.

“Os estagiários são uma população-chave no Barclays porque representam uma força inestimável para nós, trazendo para dentro do banco entusiasmo, talento, disponibilidade, novas ideias e uma enorme vontade de fazer bem e de vencer” , revela fonte da direcção de recursos humanos do Barclays. Este banco de origem inglesa promove anualmente estágios profissionalizantes e curriculares dirigidos a jovens com mais de 18 anos, com frequência de cursos técnico profissionais da banca, seguros ou licenciaturas e mestrados. Realiza ainda estágios de verão que para a direcção de recursos humanos são “uma excelente oportunidade para universitários adquirirem a sua primeira experiência profissional. Possibilitam ainda adquirir novas competências e ganhar uma perspectiva sobre o futuro” . No ano passado o banco recebeu 167 estagiários, sendo que 65% integraram os estágios profissionalizantes. Cerca de 50%, essencialmente nos estágios profissionalizantes, ficou a trabalhar no banco.

Sendo este um banco com presença em diversos países, tem ainda um programa internacional de estágios denominado Future Leaders Development Program. “Tem como objectivo proporcionar aos alunos finalistas de licenciaturas/mestrados a realização de um Graduate Program com a duração de dois anos nos vários países que contam com a presença Barclays. Finanças, impostos, análise de risco, operações, recursos humanos, tecnologia, marketing ou a área comercial são as áreas de destino” , refere fonte da direcção de recursos humanos.

A experiência internacional é também uma política na EDP . “Promovemos a realização de estágios em todas as empresas do grupo, nas diversas geografias onde temos negócio. É frequente encontrar estagiários de diferentes nacionalidades em Portugal e portugueses nos países onde a EDP está presente” , revela fonte do Grupo EDP . Só nos últimos três anos, o gigante português da energia recebeu 1793 estágios em território nacional. Tem três modalidades: escolares/curriculares, de verão e profissionais. “Pretendemos identificar os jovens com o perfil desejado para o grupo, utilizando o estágio como uma forma de aferir potencial” , revela a mesma fonte . Pretendem ainda contribuir para a aprendizagem contínua dos alunos/recém-diplomados permitindo-lhes a operacionalização dos conhecimentos adquiridos no seu percurso académico e o contacto com o contexto organizacional e com profissionais experientes; apoiar o desenvolvimento de competências comportamentais e técnicas dos alunos que são potenciais candidatos ao grupo.

O Programa Contacto comemora este ano 25 anos de existência e é já uma referência no universo dos estágios. Criado pelo Grupo Sonae, tem uma selecção apertada onde só os melhores têm lugar. Os interessados fazem o seu registo na rede contacto e são colocados à prova ao longo de vários meses, através de desafios que a rede lhes coloca. Os melhores – cerca de 60 - são seleccionados para participar no dia do contacto. Em resultado do trabalho desenvolvido nesse dia, 20 a 30 vão beneficiar de estágios nas empresas Sonae. “Valorizamos pessoas que gostam de ser desafiadas pelo crescimento e multiplicidade dos negócios. Pessoas com capacidade para crescer, que gostam de trabalhar em equipa e de inovar para melhorar vidas” , frisa Ana Cristina Fonseca, directora de recursos humanos do centro corporativo da Sonae. O grupo criou ainda o Call for Solutions Universities em que alunos finalistas de mestrado (cerca de 40) são convidados a resolver, em contexto de estágio curricular, desafios dos diferentes negócios Sonae. O produto desse trabalho é utilizado em dissertações/teses/relatórios de final de curso. Ambos destinam-se a todas as áreas de formação, em especial aos cursos de economia, gestão e algumas engenharias. “Os objectivos não se resumem à detecção de talento aplicável a funções de hoje. Passam pela proximidade de médio prazo com jovens de potencial elevado e pela inovação e partilha de conhecimento. Nos dois programas falamos em cerca de 20% de casos de integração numa função pós-estágio” , salienta Ana Cristina Fonseca.

Já na Nestlé Portugal 50% dos 30 estagiários que acolhem por ano passam a trabalhar na empresa. A seleção dos felizes contemplados faz-se através de “testes psicotécnicos, provas de grupo e entrevistas” , refere Ana Gomes, directora de recursos humanos da Nestlé Portugal. Os recém-licenciados tomam conhecimento das oportunidades através das universidades e a Nestlé Portugal tem vindo a investir em parcerias com instituições de ensino superior, estando presente em diversas feiras de emprego. “Acreditamos que a permanência na nossa companhia constitui uma mais-valia no curriculum dos jovens, pois permite-lhes a efectiva aquisição de conhecimentos e experiências, a prática de conceitos académicos e o treino de comportamentos adequados em ambiente profissional” , finaliza Ana Gomes .

O que as empresas querem

Onde recrutam?
Nos processos de recrutamento as multinacionais procuram os melhores. Vão buscá-los a algumas universidades como:
•  Universidade do Porto
•  ISCTE Business School
•  Universidade Nova de Lisboa
•  Universidade Católica Portuguesa
•  Instituto Superior de Agronomia
•  Instituto Superior de Economia e Gestão
•  Universidade de Aveiro
•  Instituto Superior Técnico
•  Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

O que procuram?
As multinacionais têm clara noção do perfil que pretendem num candidato a estágio. Seguem algumas das características que privilegiam:
•  Capacidade e gosto pelo trabalho em equipa
•  Abertura para aceitar desafios
•  Espírito de iniciativa
•  Pró-actividade
•  Foco nos resultados
•  Gosto pela aprendizagem contínua e pela execução
•  Curiosidade e humildade para aprender
•  Respeito pelos outros
•  Capacidade de liderança
•  Vontade de fazer bem e de vencer

Como concorrer?
Grande parte das multinacionais tem ligações estreitas às universidades. Os interessados em concorrer aos estágios devem procurar os gabinetes de saídas profissionais ou organismos similares nas suas escolas para saberem que oportunidades os esperam e em que áreas de trabalho. Estas empresas utilizam ainda as suas páginas na Internet para divulgar as vagas em aberto e aceitar candidaturas para esses mesmos programas ou candidaturas espontâneas. É só estar atento para não perder boas oportunidades.



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