O número de desempregados a receber apoio estatal diminuiu em novembro de forma significativa, representando pouco mais de metade do número total de inscritos. Eugénio Rosa, economista do gabinete de Estudos da CGTP-In elaborou um estudo a partir dos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e refere que tem sido “clara a diminuição do apoio aos desempregados em Portugal em consequência da alteração à lei do subsídio de desemprego aprovada pelo governo de Sócrates”.
“Em janeiro de 2010, o número de desempregados a receber o subsídio de desemprego representava 63,8% do desemprego registado e divulgado pelo IEFP nesse mês. Em fevereiro aumentou para 66%, mas em novembro de 2010 correspondia apenas a 57,4% do desemprego registado nesse mês, números divulgados pelo IEFP”, aponta o economista. Para além da diminuição dos apoios estatais, Eugénio Rosa realça ainda que o número de inscritos no IEFP também tem sofrido alterações.
Segundo o IEFP, entre 1 de janeiro de 2010 e até ao mês passado inscreveram-se nos centros de Emprego 631.972 desempregados, a um ritmo médio de 57.452 por mês. Durante o mesmo período de tempo, os centros de emprego arranjaram trabalho para apenas 65.828 inscritos, o que dá uma média de 5.984 por mês. Ou seja, cerca de um décimo do que seria necessário. Assim, o número dos novos desempregados que se inscreveram de janeiro a novembro foi superior ao número daqueles que os centros de emprego arranjaram trabalho em 566.144 (631 972 – 65 828).
De acordo com o economista da CGTP-In, entre 1 de janeiro e 30 de novembro acabariam por ser eliminados dos ficheiros dos centros de emprego 543.892 desempregados, ou seja, uma média de 49.445 pessoas, por mês. Apesar do cenário negro e da conjuntura pouco animadora, o número de desempregados inscritos em novembro nos centros de emprego diminuiu 0,7% face a outubro, segundo o IEFP. De acordo com os dados comparativos, o desemprego registado foi em novembro 4,4% superior ao mesmo mês em 2009. Ao longo do mês de novembro inscreveram-se 57 251 trabalhadores desempregados, número inferior em 6,5% ao verificado no mês homólogo de 2009 e superior, em 0,8%, ao verificado no mês anterior.