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À descoberta do mundo

À descoberta do mundo

Aperfeiçoar uma língua, vivenciar outras culturas e acrescentar uma experiência que pode marcar a diferença no currículo, são algumas das vantagens de realizar um período de formação fora de Portugal.
11.03.2011 | Por Maribela Freitas


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O programa Erasmus comemora 25 anos em 2012 e até à data já participaram nesta iniciativa mais de 50 mil portugueses. Durante três a 12 meses os estudantes podem ter uma experiência formativa ou de estágio profissional no espaço europeu. Mais do que alargar conhecimentos e contactar com outras culturas, a participação nesta iniciativa pode fazer a diferença na altura de conseguir um emprego.

No ano letivo de 2009/2010 participaram no programa Erasmus mobilidade para estudos 4677 estudantes e 713 para estágios profissionais. Esta última componente integra o Erasmus apenas desde 2007. “A experiência cultural proporcionada pela vivência num país estrangeiro, bem como aspetos relacionados com o currículo e carreira profissional e com a possibilidade de praticar uma língua estrangeira são alguns dos aspetos gerais apontados como justificativos da participação no programa”, explica Isabel Joaquim, coordenadora Erasmus&Leonardo Da Vinci da Agência Nacional PROALV – Programa Aprendizagem ao Longo da Vida. Acrescenta que mais especificamente no que respeita aos estágios Erasmus, “a participação passa mais do que na mobilidade para estudos, por questões relacionadas com a empregabilidade, nomeadamente adquirir novos conhecimentos e competências formativas, obter experiência de trabalho e reforçar o currículo tendo em perspetiva uma futura carreira profissional”.

Espanha é o destino mais procurado devido à proximidade geográfica e facilidade linguística. Segue-se a Itália e a Polónia. Os cursos de ciências sociais, seguidos da engenharia, medicina, gestão e línguas são as cinco principais áreas que exportam alunos nacionais ao abrigo desta iniciativa. Para Isabel Joaquim, “a mobilidade Erasmus proporciona um conhecimento e vivência que não se consegue obter ‘entre portas'. O curriculum vitae dos estudantes torna-se mais valioso, o que lhes é muito precioso”.

Miguel Russo está bem ciente das vantagens de fazer Erasmus. Presentemente está a estudar na área da fisioterapia na Savona University of Applied Sciences, na Finlândia, a partir da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. “Escolhi integrar este programa por acreditar que seria uma grande experiência de aprendizagem, contacto com outra cultura e crescimento pessoal”, refere. Na sua perspetiva considera que esta é “uma vivência que tanto a nível académico como profissional me auxiliará ao permitir maior autonomia e desenvolvimento do espírito de iniciativa e capacidades linguísticas. Estou também a entrar em contacto com conhecimentos específicos da minha área que se estivesse em Portugal provavelmente não teria”.

Mas de que forma é que esta passagem por um país estrangeiro é valorizada no mercado de trabalho? Patrícia Pita, gestora de clientes do departamento de recrutamento e seleção da empresa de recursos humanos RHMais conta que “quando vão para Erasmus os estudantes são obrigados a ser independentes e pró-ativos e esses são fatores que as empresas valorizam”. No entanto distingue duas situações, se o candidato a um emprego é recém-licenciado ou se já possui experiência significativa no mercado de trabalho. No caso dos recém-licenciados a maioria dos empregadores não valorizam estas experiências, expecto em casos particulares, como por exemplo de multinacionais que procurem um perfil específico, o domínio de determinado idioma ou um estágio que possa ter sido realizado numa área de interesse para a empresa, etc. No segundo caso, em que os candidatos já possuem experiência profissional significativa, a formação internacional, nomeadamente em termos de pós-graduação, mestrados, MBA, entre outros, é fortemente valorizada pelas empresas.

Para Patrícia Pita uma experiência Erasmus “vale pelo crescimento pessoal e maturidade que pode proporcionar, não sendo decisiva numa seleção por ela própria. As vantagens imediatas podem passar pela aquisição e prática de um novo idioma, que sendo um fator valorizado no processo de recrutamento, se pode tornar decisivo”. Tudo somado, são diversas as vantagens de apostar numa experiência internacional. Nos tempos que correm, em que a concorrência aperta, a diferenciação curricular pode ser decisiva na conquista de um posto de tarbalho.



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