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Empregos à la carte

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Surgiu em França e está a espalhar-se pelo mundo inteiro. Há uma nova tendência no recrutamento, feita à mesa e bem temperada com muito marketing pessoal. A ideia começou com uma página no Fecebook e hoje, o Colunching, reúne num almoço freelanceres, desempregados, teletrabalhadores e recrutadores. Dizem os especialistas que o futuro passa por aqui.
04.03.2011 | Por Cátia Mateus


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Chama-se Colunching e promete mudar a forma como se procura (e encontra!) emprego pelo mundo fora. A ideia nasceu em Paris e o conceito não podia ser mais simples: promover o networking profissional de uma forma muito informal, à mesa do almoço. Dizem os mentores desta tendência que em França a prática já é comum e reúne mais de cinco mil participantes. Cerca de 12% conseguiram um contrato de trabalho. Se trabalha sozinho a partir de casa, se é freelancer, se está desempregado à procura de emprego ou, simplesmente, se está farto de passar a sua hora de almoço a comer uma sanduíche agarrado ao portátil, o Colunching é para si.

O Facebook está na raiz desta ideia. Que as novas tecnologias e as redes sociais vieram modificar a forma como se procura emprego, já todos sabíamos. Que esta plataforma serviria de mote para a criação de um movimento que já excedeu as próprias raízes geográficas do país que o viu nascer, avançando os países do Benelux e Estados Unidos, até para a sua criadora Sonia Zannad era algo difícil de prever.

Utilizadora convicta da rede social Facebook, fenómeno da atualidade, Sonia Zannad conseguiu em Abril de 2010 transpor para a mesa do almoço um Facebook “de carne e osso”, com gente que passou de virtual a real. “Depois de me tornar freelancer passei a trabalhar muito tempo sozinha a partir de casa e percebi a forma como isso afetava as minhas rotinas. Perdia pouco tempo com refeições, que na maioria das vezes nem eram uma refeição propriamente dita, e a horas pouco recomendáveis, e passava a maioria do meu dia numa atividade solitária, pouco enriquecedora e sem ninguém para partilhar o que quer que fosse”, explica a mentora do projeto que rapidamente percebeu, através do Facebook, que como ela existiam milhares de pessoas.

Na verdade, o que Sonia percebeu foi o poder desta rede social enquanto elemento agregador de profissionais freelancer, desempregados em busca de emprego e um mundo de gente que, fruto nas novas formas de organização do mundo do trabalho, desenvolvem a sua atividade a partir de casa. Para esses, pessoas como ela, desenvolveu um novo conceito: o colunching . No ano passado organizou o primeiro almoço coletivo de freelancers, solo workers e profissionais em busca de oportunidades de trabalho, num restaurante em Paris, criando uma página do Facebook agregadora de todos os perfis interessados no evento. Foi um sucesso. Depois deste muitos outros se seguiram.

Menos de um ano depois, em França há já inúmeros cafés, restaurantes e bares convertidos ao conceito de Colunching e estes eventos converteram-se rapidamente em eficazes fóruns de procura de emprego e contactos profissionais ( networking ). Segundo Sonia Zannad, “estes encontros são um momento de descontração, mas também servem para a troca de contactos profissionais, informação sobre possíveis vagas de emprego e partilha de experiências profissionais”. Tudo isto à mesa. Por funcionar em comunidade, este tipo de eventos tem o poder de conseguir juntar à mesma mesa, profissionais com as mesmas áreas de interesse, fomentando a partilha de conhecimentos, oportunidades e experiências.

Desde que foi criado, o Colunching já acumulou mais de cinco mil participantes e Sonia Zannad assegura que de acordo com feedback que tem, “12% dos participantes que já conseguiu um contrato de trabalho”. O sucesso do evento foi tal que Sonia Zannad uniu-se a um parceiro, Frédéric de Bourguet, para lançar a página colunching.fr, unificadora de todos os eventos de Colunching em França e das inscrições dos participantes. E o processo é simples. Através da página ou do Facebook, os interessados em participar inscrevem-se no almoço que escolherem e são colocados numa mesa de almoço com desconhecidos.

Mas não se pense que pela sua adesão estas reuniões encontram semelhança nas grandes festas do Facebook. Há regras. “O Colunching tem um limite de 10 participantes por evento. Mais do que isso é impossível alcançar os objetivos”, explica Sonia Zannad. Em regra, os participantes são jovens na casa dos 30 anos, freelancers, teletrabalhadores ou profissionais em busca de emprego, utilizadores massivos das redes sociais e das plataformas tecnológicas. Gente que já percebeu que o tradicional envio do currículo não surte o efeito desejado.

Quem já percebeu também o potencial desta nova plataforma são os recrutadores, que muitas vezes se inscrevem nestes almoços, com o objetivo claro de recrutar e sentir o pulso ao mercado. Para Sonia Zannad, “esta plataforma ajuda a democratizar o processo de recrutamento. Aqui não há filtros sustentados em currículos previamente enviados, há um conjunto de pessoas que tem oportunidade de vender a sua imagem perante um recrutador”. O sucesso do Clounching de Zannad foi tal que vários países já importaram o conceito. Em Portugal ele ainda não entrou, para está a arrancar em Espanha e em Itália.


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