Carreiras

Histórias de sucesso



01.01.2000



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Marketing e Gestão ou as vantagens do dois em um

Licenciada em Marketing pelo Instituto Superior de Comunicação Empresarial, onde chegou a dar aulas, Barbara Beck Lancastre, aos 27 anos, tem uma curta mas já preenchida e promissora carreira profissional. Motivada pela curiosidade, entrou para o sector de Consultoria na Mckinsey&Company, mas a carreira no Marketing começou na Roudolph J. Arie, onde foi Gestora de Produto da Hermès Parfum e Ayer Skin Care. Na Abril/ControlJornal teve a sua melhor experiência como Brand Manager das publicações infanto-juvenis, tendo sido mais tarde convidada para Coordenadora Comercial no projecto Directo, o portal noticioso da empresa.
Hoje, dando seguimento aos estudos e investindo na carreira, está a fazer o Master in Business Administration (MBA) - classificado este ano pela conceituada revista Business Week como o nono melhor MBA dos E.U.A. - na University of Virginia - Darden Business School.

Quais são, para si, os aspectos mais motivantes do Marketing?

É entrar na cabeça dos consumidores e desenvolver produtos rentáveis para a empresa. É muito gratificante ver os produtos vencer no mercado e os lucros que isso pode trazer.

Na sua opinião, qual é o perfil adequado de um profissional de Marketing?

Tem de ser uma pessoa criativa, desinibida e que se mexa bem. O Marketing está no centro das empresas e depende do trabalho de muita gente, mas quando queremos lançar os produtos e algo corre mal, ou não está tudo pronto a tempo, quem "leva na cabeça" é a pessoa do Marketing. No fundo, os skills são as capacidades de Gestão e de Comunicação - como é que uma pessoa pode desenvolver uma mensagem se ela própria não consegue comunicar?

Quando e como é que descobriu a sua vocação?

Decidi tarde, foi um pouco por exclusão de partes. Tinha 17 anos, andava no 12º e foi numa altura em que se começou a falar muito de Marketing em Portugal. Resolvi tirar o curso e gostei, mas só descobri o que quero mesmo fazer quando trabalhei em cosmética como Gestora de Produto. Eu prefiro o Marketing ligado à Gestão, aos números, não gosto especialmente da parte de Comunicação. Acho que as pessoas têm uma ideia errada de que o Marketing é fazer campanhas publicitárias mas, para mim, é gerir produtos de forma a rentabilizá-los o mais possível.

Qual foi o trabalho que mais gostou de fazer?

Foi na Abril/ControlJornal, onde fui Brand Manager das publicações infanto-juvenis. Sempre quis trabalhar na área das crianças - inclusivamente, a minha tese de final de curso foi sobre Marketing Infantil. Foi uma óptima experiência porque, apesar de ser uma secção relativamente pequena da empresa, tinhamos imensos produtos! Exigiu algum esforço porque cabia-nos não só a parte da Comunicação como também a Gestão de Produtos. Além disso, foi a melhor equipa com que já trabalhei - desde a redacção editorial ao então Director Comercial. Acho que vai ser difícil alguma vez ter uma experiência de trabalho de equipa tão enriquecedora.

Sendo as crianças o público-alvo, as estratégias são diferentes. O seu trabalho passava pelo contacto com crianças para saber o que pensam e o que querem?

Sim, e gostei mesmo muito! Uma das partes mais importantes do Marketing é conhecer o consumidor. O maior erro que se pode fazer em Marketing Infantil é tentar imaginar o que vai na cabeça das crianças e pensar o que nós gostavamos naquela idade, as realidades são completamente diferentes. O primeiro passo é conhecer as crianças, fazer estudos - e esse é um aspecto que sempre me cativou. As crianças são um público muito curioso e constituem um grande desafio.


Esteve envolvida nalgum projecto menos bem sucedido, um flop?

Sim, no portal Directo. O projecto, a meu ver, era bom. Baseava-se num conceito que tinha valor acrescentado para o utilizador, permitia aceder imediatamente ao que lhe interessava. No entanto, a primeira versão lançada era muito lenta e quando uma pessoa vai à Internet e o site é lento perde a paciência e não volta lá.


Está a fazer o MBA nos Estados Unidos. Qual foi a razão que a levou a investir no curso? Em Portugal sai-se mal preparado do curso de Marketing?

Depois de ter trabalhado como Gestora de Produto, fiquei com a noção de que há muitas vertentes a aprender e que nos podem levar a dar um salto na carreira. Para poder um dia chegar ao topo de uma empresa é preciso ter conhecimentos aprofundados de gestão e por isso resolvi investir no MBA.
De um modo geral, os cursos de Marketing em Portugal preparam apenas para a vertente de Comunicação. As pessoas que fazem Gestão de Produtos, só com o curso de Marketing, tiveram que fazer um grande esforço para aprender rapidamente no trabalho.

Da sua experiência lá fora, acha que existem atrasos significativos no Marketing em Portugal?

Comparando com os E.U.A., onde vivo agora, a nível de campanhas eles são mais criativos - na minha opinião. No Marketing acho que não existem grandes diferenças, podemos evoluir se contrariarmos a cultura portuguesa de fazer tudo "em cima do joelho". Na área do Marketing de Serviços, como por exemplo o Marketing Bancário, somos definitivamente melhores do que os Estados Unidos. A única área em que noto algum atraso em Portugal é em CRM (Customer Relationship Management).

Quando era criança o que queria ser?

Queria ser Hospedeira! Não tem nada a ver e hoje em dia até tenho medo de andar de avião!


TM






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