O desafio de um novo projecto
Encara o percurso profissional com a abertura
suficiente para ver em cada projecto uma nova experiência
enriquecedora. Começou por estagiar na Caixa Geral de Depósitos
e hoje é director geral de uma empresa de impressão
digital. Tem 31 anos e dedica-se de corpo e alma à empresa
que o acolheu, mas não tem o destino traçado.
Sabe que as oportunidades surgem quando menos
esperamos, por isso não fecha a porta a um bom projecto independentemente
da área.
Logo na faculdade tornou-se presidente da Associação
de Estudantes. Como define essa experiência?
Licenciei-me em Gestão de Empresas na Universidade Católica
e ser presidente da Associação de Estudantes foi a
experiência mais importante do meu percurso profissional.
Em que é que essa experiência o influenciou na ida
para o sector bancário?
As associações dão algum calo, já passamos
por um conjunto de situações e já não
erramos tanto depois na vida profissional, para além de um
conjunto de contactos que surgem naturalmente na actividade.
Na altura era presidente da associação e fui convidado
para colaborar na Caixa Geral de Depósitos. Ai agradeci e
recusei amavelmente, porque tinha o curso para acabar.
Quando terminei o curso fui a uma entrevista em que foi possível
negociar um estágio a meio tempo, o que me permitia continuar
como presidente da associação. Se calhar essa, mais
do que qualquer outra, foi a razão principal para ter ido
estagiar para a Caixa Geral de Depósitos.
Iniciei o estágio num balcão e entretanto por uma
sorte, havia uma carência de quadros técnicos na direcção
das agências e fui convidado pelo director para ir assessorar.
Passei parte do estágio a fazer tudo menos a estagiar.
Como é que se tornou consultor do
Relatório Porter e do Fórum para a Competitividade?
Na altura em que termino o estágio na Caixa Geral de Depósitos
já tinha sido sondado para ir para o Relatório Porter,
para abrir uma delegação no Porto. A delegação
nunca chegou a abrir mas o convite reaparece, mais tarde, para eu
integrar a equipa de consultores residentes.
E nessa altura tinha quantos anos?
Deveria ter 23.
Era muito novo...
Suficientemente novo
estive um ano com a responsabilidade
da política horizontal das PMES e clusters. Escrevi parte
do relatório.
Depois foi convidado para sub-gerente da sede da agência
da Caixa Geral de Depósitos...
Comecei a perspectivar que o relatório Porter iria ter um
fim.
Foi-me proposto ir para a carreira técnica ou comercial na
Caixa Geral de Depósitos. Optei por ir para a comercial e
ingressei como sub-gerente da agência sede da Caixa Geral
de Depósitos (CGD).
Quantos anos esteve na Caixa Geral de Depósitos?
Ao todo nove anos.
A CGD tinha poucos balcões nessa altura?
Sim. Foi uma agência que cresceu naturalmente, na época
das grandes agências.
Algés foi a minha primeira relação de chefia
numa unidad. Foi a primeira situação em que eu tive
a responsabilidade efectiva de gerir trinta e tal pessoas. Mas,
definitivamente a experiência mais enriquecedora foi o período
da Rua do Ouro, em que éramos 114 pessoas. Passámos
por uma fase de redução de efectivos superior a 25%,
o que não é propriamente fácil.
Como é que surge a Pictorial?
Por uma oportunidade. Eu conhecia os sócios da empresa, já
que alguns deles também eram clientes da CGD e um dia por
um acaso no meio de uma conversa perguntaram-me se não gostava
de integrar a equipa. Eu pensei que dez anos mais tarde o meu risco
era muito grande, porque podia não ter tempo de recuperar.
Nesta altura achei que se corresse mal ainda iria ter força
e capacidade de trabalho e engenho suficiente.
O que é a Pictorial?
É uma empresa muito idêntica à do Brasil que
funciona em Curitiba, no estado do Paraná.
É uma empresa de impressão digital que trabalha para
diversos sectores de actividade; tanto para uma empresa de construção,
como de publicidade. Fazemos impressão digital em diversos
suportes, desde quadros a alcatifas e com diversos fins. A imagem
pode ser institucional ou de promoção.
Embora haja um enfoque muito grande na área de publicidade,
o leque de clientes vai aumentando.
Quais são os objectivos da empresa?
Neste momento, depois de um semestre de adaptação
à reunião de todas as unidades sobre uma mesma gestão,
o objectivo é continuar a crescer de forma sustentada. Existem
alguns projectos que estão a começar a ser implementados
e que só podem ser divulgados no momento próprio.
Basicamente, a empresa tem uma clara estratégia de crescimento.
De liderança de mercado?
A empresa é uma das líderes de mercado e a nossa
convicção é que podemos ser, indiscutivelmente,
a maior empresa de impressão digital em Portugal. Neste momento
é claramente ter uma posição de liderança
destacada.
Quais são as funções
que desempenha na Pictorial?
Não tenho responsabilidades directas na parte de produção
mas, tenho obrigações óbvias do acompanhamento
do funcionamento e do desenho da estrutura, acompanhamento comercial
e financeiro. Se há um cliente importante eu lidero a negociação.
Sente-se realizado a nível profissional?
Eu sou uma pessoa que encaro todas as fases da minha vida como
um novo projecto.
Neste momento o projecto onde estou é este e éa este
que dedico as minhas forças e o meu empenho.
A nível de mercado como é que acha que está
a publicidade nesta área, é uma área saturada?
É uma área estranha! Vive muito da capacidade
de idealização das pessoas, isso é a parte
mais fantástica. A publicidade é quase uma forma de
arte. Nós somos uma empresa de produção, mas
temos o prazer em alguns momentos de dar corpo a ideias. A publicidade
tem esse fascínio que é trabalhar com criativos.
Quais são as desvantagens da impressão digital?
O meio exterior em Portugal não está suficientemente
explorado, o mercado ainda está numa fase de arranque. No
estrangeiro encontram-se muitas fachadas ornamentadas com telas
de publicidade. Em Lisboa esse uso é tido como poluição
urbana, enquanto que lá fora é tido como benefício
para o próprio ambiente urbano.
Como o meio não está muito desenvolvido a qualidade
nem sempre é percepcionada pelo cliente final, vendem-se
coisas ao mesmo preço que são completamente distintas.
Na Pictorial temos feito um grande esforço para explicar
que na impressão digital a solução técnica
é importante, os materiais usados e a qualidade de impressão
também.
Qual é o
seu próximo objectivo?
Quero ter a felicidade de ter projectos suficientemente interessantes
que me permitam continuar a dar o meu contributo.
CN
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