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- O desafio de um novo projecto



01.01.2000



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O desafio de um novo projecto

Encara o percurso profissional com a abertura suficiente para ver em cada projecto uma nova experiência enriquecedora. Começou por estagiar na Caixa Geral de Depósitos e hoje é director geral de uma empresa de impressão digital. Tem 31 anos e dedica-se de corpo e alma à empresa que o acolheu, mas não tem o destino traçado.

Sabe que as oportunidades surgem quando menos esperamos, por isso não fecha a porta a um bom projecto independentemente da área.


Logo na faculdade tornou-se presidente da Associação de Estudantes. Como define essa experiência?
Licenciei-me em Gestão de Empresas na Universidade Católica e ser presidente da Associação de Estudantes foi a experiência mais importante do meu percurso profissional.


Em que é que essa experiência o influenciou na ida para o sector bancário?

As associações dão algum calo, já passamos por um conjunto de situações e já não erramos tanto depois na vida profissional, para além de um conjunto de contactos que surgem naturalmente na actividade.
Na altura era presidente da associação e fui convidado para colaborar na Caixa Geral de Depósitos. Ai agradeci e recusei amavelmente, porque tinha o curso para acabar.
Quando terminei o curso fui a uma entrevista em que foi possível negociar um estágio a meio tempo, o que me permitia continuar como presidente da associação. Se calhar essa, mais do que qualquer outra, foi a razão principal para ter ido estagiar para a Caixa Geral de Depósitos.
Iniciei o estágio num balcão e entretanto por uma sorte, havia uma carência de quadros técnicos na direcção das agências e fui convidado pelo director para ir assessorar. Passei parte do estágio a fazer tudo menos a estagiar.

Como é que se tornou consultor do Relatório Porter e do Fórum para a Competitividade?
Na altura em que termino o estágio na Caixa Geral de Depósitos já tinha sido sondado para ir para o Relatório Porter, para abrir uma delegação no Porto. A delegação nunca chegou a abrir mas o convite reaparece, mais tarde, para eu integrar a equipa de consultores residentes.

E nessa altura tinha quantos anos?
Deveria ter 23.


Era muito novo...
Suficientemente novo…estive um ano com a responsabilidade da política horizontal das PMES e clusters. Escrevi parte do relatório.


Depois foi convidado para sub-gerente da sede da agência da Caixa Geral de Depósitos...
Comecei a perspectivar que o relatório Porter iria ter um fim.
Foi-me proposto ir para a carreira técnica ou comercial na Caixa Geral de Depósitos. Optei por ir para a comercial e ingressei como sub-gerente da agência sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Quantos anos esteve na Caixa Geral de Depósitos?
Ao todo nove anos.


A CGD tinha poucos balcões nessa altura?
Sim. Foi uma agência que cresceu naturalmente, na época das grandes agências.
Algés foi a minha primeira relação de chefia numa unidad. Foi a primeira situação em que eu tive a responsabilidade efectiva de gerir trinta e tal pessoas. Mas, definitivamente a experiência mais enriquecedora foi o período da Rua do Ouro, em que éramos 114 pessoas. Passámos por uma fase de redução de efectivos superior a 25%, o que não é propriamente fácil.

Como é que surge a Pictorial?
Por uma oportunidade. Eu conhecia os sócios da empresa, já que alguns deles também eram clientes da CGD e um dia por um acaso no meio de uma conversa perguntaram-me se não gostava de integrar a equipa. Eu pensei que dez anos mais tarde o meu risco era muito grande, porque podia não ter tempo de recuperar. Nesta altura achei que se corresse mal ainda iria ter força e capacidade de trabalho e engenho suficiente.

O que é a Pictorial?
É uma empresa muito idêntica à do Brasil que funciona em Curitiba, no estado do Paraná.
É uma empresa de impressão digital que trabalha para diversos sectores de actividade; tanto para uma empresa de construção, como de publicidade. Fazemos impressão digital em diversos suportes, desde quadros a alcatifas e com diversos fins. A imagem pode ser institucional ou de promoção.
Embora haja um enfoque muito grande na área de publicidade, o leque de clientes vai aumentando.

Quais são os objectivos da empresa?
Neste momento, depois de um semestre de adaptação à reunião de todas as unidades sobre uma mesma gestão, o objectivo é continuar a crescer de forma sustentada. Existem alguns projectos que estão a começar a ser implementados e que só podem ser divulgados no momento próprio. Basicamente, a empresa tem uma clara estratégia de crescimento.

De liderança de mercado?
A empresa é uma das líderes de mercado e a nossa convicção é que podemos ser, indiscutivelmente, a maior empresa de impressão digital em Portugal. Neste momento é claramente ter uma posição de liderança destacada.

Quais são as funções que desempenha na Pictorial?
Não tenho responsabilidades directas na parte de produção mas, tenho obrigações óbvias do acompanhamento do funcionamento e do desenho da estrutura, acompanhamento comercial e financeiro. Se há um cliente importante eu lidero a negociação.

Sente-se realizado a nível profissional?
Eu sou uma pessoa que encaro todas as fases da minha vida como um novo projecto.
Neste momento o projecto onde estou é este e éa este que dedico as minhas forças e o meu empenho.


A nível de mercado como é que acha que está a publicidade nesta área, é uma área saturada?
É uma área estranha! Vive muito da capacidade de idealização das pessoas, isso é a parte mais fantástica. A publicidade é quase uma forma de arte. Nós somos uma empresa de produção, mas temos o prazer em alguns momentos de dar corpo a ideias. A publicidade tem esse fascínio que é trabalhar com criativos.


Quais são as desvantagens da impressão digital?
O meio exterior em Portugal não está suficientemente explorado, o mercado ainda está numa fase de arranque. No estrangeiro encontram-se muitas fachadas ornamentadas com telas de publicidade. Em Lisboa esse uso é tido como poluição urbana, enquanto que lá fora é tido como benefício para o próprio ambiente urbano.
Como o meio não está muito desenvolvido a qualidade nem sempre é percepcionada pelo cliente final, vendem-se coisas ao mesmo preço que são completamente distintas. Na Pictorial temos feito um grande esforço para explicar que na impressão digital a solução técnica é importante, os materiais usados e a qualidade de impressão também.

Qual é o seu próximo objectivo?
Quero ter a felicidade de ter projectos suficientemente interessantes que me permitam continuar a dar o meu contributo.


CN

 

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