Cinco meses foi quanto durou o processo de seleção que levou Ana Carina Sousa a integrar o programa de trainees da REN. Um processo exigente, desafiante, competitivo e composto por múltiplas etapas onde a jovem gestora, hoje controller na Direção de Planeamento e Controle de Gestão da empresa, conseguiu destacar-se entre os candidatos e carimbar o seu passaporte de carreira. Qual o seu segredo? Ana garante que a licenciatura em Gestão e o mestrado em Finanças ajudaram, mas arrisca em considerar que foram as softskills como o dinamismo, a vontade de aprender, a aptidão para trabalhar em equipa e a paixão pela profissão que escolheu que ditaram o sucesso da sua candidatura. E não está errada.
?Ainda estudante de mestrado, Ana Carina Sousa tomou a decisão de se candidatar ao mercado de trabalho. Escolheu, como relembra, “várias consultoras, mas apenas um programa de trainees, o da REN”. Uma estratégia de seleção cirúrgica que para a jovem profissional foi meramente orientada pelas suas preferências e ambições de carreira, mas que para muitos especialistas em recrutamento é um dos aspetos mais vitais na candidatura a um programa de trainees. Pela exigência que o processo de seleção comporta e pelas inúmeras etapas que o candidato tem de ultrapassar e que exigem uma dedicação quase total, são cada vez mais os gestores de talento a defender o argumento de que “menos é mais” e a aconselhar os candidatos a restringir a sua candidatura apenas aos programas que realmente se adequam ao seu perfil (ver caixa). ?
É esta a estratégia defendida pela consultora brasileira, Seja Trainee, especializada no coaching de canditados a programas de trainees. A empresa confirma o crescente grau de exigência que estes programas comportam a nível mundial e a sua relevância enquanto porta de entrada para o mercado de trabalho e ponto de partida para uma carreira onde a evolução e o crescimento são tidas como certas. A empresa investe na formação e no crescimento dos candidatos, selecionando-os de modo a tirar o maior retorno possível do seu talento. É por isso, explica a consultora, que o processo é tão exigente e competitivo.?Em 2014, a Seja Trainee associou-se à Page Talent para analisar o perfil dos trainees procurados pelas empresas.
O estudo inquiriu 1060 candidatos, do quais 813 foram finalistas em processos de seleção, e permite alcançar algumas conclusões relevantes para quem se prepara para tentar a sua sorte. Segundo as consultoras, “uma das características mais comuns é o conhecimento de idiomas, entre os quais o inglês, dominado por 98% dos candidatos”. Pode parecer básico, mas este fator é de facto relevante já que os candidatos são preparados para atuar a uma escala global nas organizações. Em paralelo, o trainee ideal tem formação na área da economia, gestão e marketing, mas é cada vez mais evidente a aposta em candidatos de outras áreas de formação. Tudo porque as softskills têm um papel cada vez mais relevante na seleção de candidatos, independentemente da função que vão exercer.
Regras de ouro para escolher bem
Decidir de forma focada e consciente quais as vagas a disputar entre os vários programas de trainees disponíveis será, muito provavelmente, o primeiro grande trunfo que um candidato pode utilizar a seu favor. O crescente grau de exigência que as empresas colocam nas várias etapas de seleção dos trainees que integrarão os seus programas, torna determinante que os candidatos restrinjam as suas escolhas de modo a poderem dedicar a cada um dos processos a preparação necessária e determinante para ser bem sucedido. Há várias estratégias para facilitar esta escolha.
Candidate-se apenas ao que verdadeiramente lhe interessa. Esta opção vai ajudá-lo a não se dispersar com processos desadequados ao seu perfil e ambição profissional, tanto mais que as etapas de seleção para um programa de trainees podem durar vários meses e contemplar várias provas entre entrevistas, testes psicotécnicos e dinâmicas de grupo, para as quais têm de se preparar ao detalhe previamente.
Conheça a empresa. Reunir informações sobre a empresa é determinante. Não só para perceber se ela se adequa ao seu perfil e aspirações de carreira, mas também para preparar a sua abordagem e posicionamento durante o processo de seleção. Conheça a missão, os valores, a cultura da empresa, mas também os seus produtos, atividades, desafios e até a própria política interna de desenvolvimento dos seus quadros.
Faça uma auto-análise das suas competências. Seja honesto em relação às suas competências. Consigo e com a empresa. Antes de se candidatar analise bem as exigências feitas pela organização para os candidatos a trainee e perceba se efetivamente as cumpre. Isto pode evitar que seja desclassificado ao longo do processo por não conseguir cumprir alguma das tarefas.
Avalie o impacto do programa na sua formação. Uma das principais mais-valias de integrar um programa de trainees é a possibilidade de conhecimento transversal às várias áreas da empresa que ele permite aos candidatos. Antes de se candidatar conheça o plano de formação previsto e analise de que forma ele pode ajudá-lo a alcançar os seus objetivos de carreira.