O mundo é uma aldeia global e não há estudante que não o saiba. São cada vez mais os jovens portugueses com ambições de um estágio ou até mesmo de uma carreira além fronteiras e as escolas acompanham esta tendência. A ISCTE Business School (IBS) não foge à regra ou não fosse esta escola, segundo o seu presidente Gomes Mota, “uma das que regista maior taxa de internacionalização de alunos e também das que mais estudantes estrangeiros recebe todos os anos”.
No campus do ISCTE estão este ano letivo 245 estudantes estrangeiros, de 28 nacionalidades distintas, que ao abrigo de programas de intercâmbio como o Erasmus escolheram Portugal para aprofundar os seus conhecimentos académicos. Estudantes portugueses lá são 162, espalhados por 27 países. Para materializar estas experiências internacionais, a IBS conta com 127 universidade parceiras que enviam e acolhem estudantes. Os alunos que queiram ficar pela Europa podem escolher entre 74 instituições de ensino diferentes em países como a Bélgica, Áustria, República Checa, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Holanda, Polónia, Roménia, Turquia, Reino Unido, entre outras. Os mais ousados que queiram arriscar outros continentes, têm 53 instituições por onde escolher com rotas bem aliciantes: Autrália, Brasil, Chile, China, Moçambique, Tailândia, Índia, Indonésia, são algumas das paragens possíveis.
Berta Montalvão é o exemplo de uma estudante portuguesa com clara ambição de uma carreira internacional. Tem 30 anos e formou-se em Gestão de Recursos Humanos no ISCTE. Está há seis anos a trabalhar no estrangeiro e é atualmente Senior Consultant do Departamento de People & Change da PricewaterhouseCoopers , em Angola mas tem também um pezinho em Sydney, na Sydney University, onde frequenta o curso de preparação para a certificação em International English Language Testing System . A ambição de uma carreira internacional sempre fez parte das metas de Berta que relembra que “sempre fez parte do meu plano de vida viver fora de Portugal, por um determinado período de tempo, por gosto bastante de viajar e conhecer novos estilos de vida”. Ainda assim, a jovem confessa que “nunca tinha pensado em trabalhar num país específico, muito menos em África”. A oportunidade de ir para fora de Portugal surgiu na sequência da conclusão da sua licenciatura “curiosamente através de um anúncio que estava publicado no painel de oportunidades de trabalho, no ISCTE”.
O projeto que abraçou foi o mesmo que lhe garantiu o seu estágio profissional em 2004. Foram vários os colegas de Berta que também enveredaram por carreiras internacionais. Uma conjuntura que para a jovem profissional pode ter a ver com o facto da instituição ter um programa de intercâmbio escolar muito ativo e também “possibilitar aos seus alunos a oportunidade de terem professores com experiências internacionais, o que estimula muito quem pensa numa carreira internacional”.
Igual opinião tem João Pacheco. O jovem gestor de 30 anos, licenciou-se em Gestão de Empresas pelo ISCTE e dai à carreira internacional foi um passo. Ainda no secundário começou a sonhar em trabalhar fora de Portugal. Hoje é perito em remuneração e benefícios na Royal Dutch Shell, na Polónia. João fez parte das primeiras turmas em inglês, no ano em que o ISCTE lançou os seus cursos neste idioma. A experiência permitiu-lhe lidar com colegas de nacionalidades diferentes e fomentou ainda mais o seu desejo de internacionalizar. “Foi como fazer um Erasmus sem sair de Portugal”, graceja.
Na verdade, refere João Pacheco, “O ISCTE fomentou muito, e bem, o intercâmbio de alunos Sócrates/ Erasmus. O facto de oferecer aulas em inglês permitiu que houvesse uma elevada população de alunos estrangeiros a frequentar os seus cursos e ao colocar alunos portugueses nessas aulas, a escola promoveu um efetivo intercâmbio cultural”. Uma estratégia que para João Pacheco acentuou a vontade dos alunos em experimentar uma carreira internacional. O jovem refere que o ISCTE tem um papel muito ativo na internacionalização dos seus estudantes. “O Career Servisse do ISCTE promove a partilha de experiências entre alunos e ex-alunos, abrindo os horizontes dos jovens finalistas e fazendo-os olhar além fronteiras para o seu projeto de carreira”. Já por várias vezes que o gestor recebeu currículos de alunos do ISCTE à procura de oportunidades de emprego na Shell em Cracóvia.
João está fora do seu país há quatro anos, dois anos a mais que Daniel Pimentel, de 25 anos, licenciado em Gestão pelo mesmo instituto. Daniel saiu de Portugal para ocupar o cargo de Associate, na Delta Partners, nos Emirados Árabes Unidos. Não tinha a ambição de uma carreira internacional, mas a participação no programa Erasmus desinquietou-lhe o espírito aventureiro. Não nega que teve “as dificuldades de adaptação próprias de um novo paradigma cultural, nomeadamente no que respeita às normas comportamentais em contexto social e profissional” mas ultrapassou-as com a necessária “abertura da mente a novas realidades, tolerância e sensibilidade cultural”. Uma mudança radical na vida de um jovem sem ambições de internacionalização mas que hoje acredita que “uma carreira global é uma realidade presente e até necessária face ao contexto económico atual”.
A IBS tem atualmente na sua oferta formativa seis mestrados internacionais, três PhD e cerca de 50 cadeiras lecionadas totalmente em inglês ao nível da licenciatura. Uma oferta que deverá aumentar já no ano letivo de 2011/2012, altura em que a instituição prevê o arranque de dois novos mestrados totalmente lecionados em inglês:
o Master in Economics e o Master in Human Resources Management. Uma oferta que aliada a um corpo docente de dimensão internacional e ao investimento continuo na aproximação dos alunos ao contexto empresarial internacional, continua a fazer parte da estratégia do ISCTE para colocar cada vez mais talentos portugueses a liderarem empresas à escala global e a mostrar a qualidade do ensino luso.