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Somos emigrantes outra vez

21.03.2003


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Vítor S. Andrade
vandrade@mail.expresso.pt

OS NÚMEROS do desemprego não páram de aumentar. O mais dramático, porém, é saber que por trás de cada número está sempre uma pessoa. A passagem de uma situação laboral estável para outra de ausência de emprego pode arrastar consigo dramas pessoais e familiares irreparáveis. E são aos milhares este tipo de situações.

O país está em recessão e, como ele, estão também muitos portugueses que, perante a inexistência de alternativas de trabalho, equacionam agora todas as saídas possíveis para a crise. Fiquei esta semana a saber que, para alguns, a alternativa pode estar na emigração. Foi isso mesmo que fizeram perto de vinte homens desempregados da zona de Torres Novas que recentemente rumaram a terras distantes, em busca de algo que aqui já não tinham. Perdem eles, porque se sentem obrigados a abandonar a sua terra. Perdem as suas famílias; perde o concelho de onde saíram, pois fica mais desertificado e, no fim desta cadeia, perde também o país, que fica mais pobre de recursos. Neste caso de recursos humanos. Os mais importantes de todos.


 





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