Fernanda Pedro
A ORDEM dos Engenheiros tem em funcionamento um novo sistema de
acreditação de acções de formação
contínua. Uma iniciativa pioneira nesta ordem profissional
que segundo Sousa Soares, bastonário da Ordem dos Engenheiros,
se reveste de uma importância extrema para os profissionais
das áreas da engenharia.
"As acções de formação
contínua são fundamentais para o registo profissional
dos engenheiros e só assim poderá existir progressão
de carreira", revela o bastonário. Agora, os engenheiros
poderão obter os créditos necessários para
essa progressão através do "selo" de qualidade
da Ordem a que pertencem. "Até aqui acreditávamos
apenas os cursos de licenciatura, mas como a aprendizagem vai até
aos 70 anos ou mais, decidimos avançar com a acreditação
de sete acções de formação contínua",
explica.
Para este responsável, a inovação, o desenvolvimento
tecnológico e a crescente mobilidade de emprego na União
Europeia resultam numa necessidade de formar continuamente mais
e melhores engenheiros.
Com este novo sistema será possível aos engenheiros
obterem um grau de especialização, "mas convém
não esquecer que terão de ser as instituições
de ensino ou as empresas a pedirem as acções de formação",
salienta o bastonário.
As acções terão a duração de
um ano. Findo este período, as entidades poderão requerer
mais acreditações. Cada 15 horas de formação
vale um crédito e futuramente este sistema de acreditação
poderá constituir uma base para a atribuição
de qualificações e graus de "especialista".
Os objectivos da acção formativa no que diz respeito
à especialidade e tipo de actividade têm de corresponder
a necessidades reais do mercado. Para frequentar estas acções
são exigidos como requisitos mínimos a licenciatura
em Engenharia e a inscrição na Ordem.
Contudo, poderão ser estabelecidas outras exigências,
nomeadamente, pós-graduações em áreas
específicas, qualificações especializadas atribuídas
pela Ordem ou experiência profissional em áreas como
indústria metalomecânica ou construção
civil. A profundidade em que os temas serão tratados nas
acções deverá depender dessas mesmas habilitações
mínimas.
Foram três as instituições que viram algumas
das suas acções de formação contínua
contempladas com a acreditação da Ordem. São
estas o Centro Rodoviário Português, a empresa alemã
TÜV Akademie Rheinland e o Centro Operativo e de Tecnologia
de Regadio (COTR), que abrangem as especializações
de Engenharia Civil, Engenharia do Ambiente e Engenharia Agronómica.
Três dos cursos de formação desenvolvidos pelo
COTR em Beja destinam-se a engenheiros agrónomos, com acções
entre as 150 e as 225 horas e visam a formação de
projectistas de rega.
As acções desenvolvidas pela empresa alemã
TÜV correspondem a um máximo de quatro créditos
e estão direccionados para as especializações
na área da gestão e auditoria ambientais.
"Para as empresas, é muito importante este tipo de
acções, não só pela valorização
da formação dos seus profissionais como pela garantia
de qualidade fornecido pela Ordem", refere Sousa Soares.
Além disso, o bastonário assegura que através
desta formação contínua o leque de técnicos
especialistas em determinadas áreas irá alargar-se.