Vítor S. Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
OS NÚMEROS do desemprego não páram de aumentar.
O mais dramático, porém, é saber que por trás
de cada número está sempre uma pessoa. A passagem de uma
situação laboral estável para outra de ausência
de emprego pode arrastar consigo dramas pessoais e familiares irreparáveis.
E são aos milhares este tipo de situações.
O país está em recessão e, como ele, estão
também muitos portugueses que, perante a inexistência de
alternativas de trabalho, equacionam agora todas as saídas possíveis
para a crise. Fiquei esta semana a saber que, para alguns, a alternativa
pode estar na emigração. Foi isso mesmo que fizeram perto
de vinte homens desempregados da zona de Torres Novas que recentemente
rumaram a terras distantes, em busca de algo que aqui já não
tinham. Perdem eles, porque se sentem obrigados a abandonar a sua terra.
Perdem as suas famílias; perde o concelho de onde saíram,
pois fica mais desertificado e, no fim desta cadeia, perde também
o país, que fica mais pobre de recursos. Neste caso de recursos
humanos. Os mais importantes de todos.