Sectores que dão trabalho
Dos «call centers» aos serviços, são cada vez mais os sectores de actividade que estão
a recrutar trabalhadores temporários
23.02.2007
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Maribela Freitas
Indústria, «call centers», áreas administrativas comerciais, hotelaria, aviação, engenharia, turismo, finanças, serviços, construção civil e telecomunicações, são os sectores de actividade que de acordo com várias empresas de trabalho temporário (TT), mais estão a recrutar no mercado.
“Praticamente todos os sectores de actividade recorrem a esta ferramenta. Se antigamente era exclusividade dos sectores de indústria e construção civil, actualmente podemos concluir que existem outros sectores, tais como os serviços, telecomunicações e «call centers» que recorrem ao TT de forma muito intensiva”, explica Miguel Evaristo, «country manager» da Allbecon Portugal.
E, contrariamente ao que se possa pensar, a utilização deste tipo de trabalhadores há muito que deixou de ser apenas sazonal. “O recurso ao TT faz-se essencialmente para fazer face a picos de actividade e estes, não têm, de uma forma geral, um comportamento sazonal. Mas existem excepções. No Natal, por exemplo, os números de contratos de TT em sectores como a grande distribuição ou superfícies comerciais, dispara. Na indústria ou na logística faz-se de forma constante todo o ano, variando em função do volume de encomendas ou campanhas”, frisa Miguel Evaristo.
Na opinião deste recrutador, a utilização de tal tipo de trabalho vai massificar-se. “Se pretendemos mais eficiência e competitividade nas nossas empresas é necessário o recurso a ferramentas e métodos de gestão que possibilitem esta evolução”, acrescenta. Aos sectores de actividade apontados por Miguel Evaristo como os que mais empregam TT, Sónia Barbosa, directora executiva da Slot - Empresa de trabalho temporário, acrescenta a hotelaria, aviação, áreas administrativas/comerciais e engenharia.
Entre as profissões mais solicitadas destaca técnicos de manutenção de aviões (âmbito nacional e internacional), gestores de cliente, responsáveis administrativos e financeiros, «software» «developers», técnicos comerciais, profissionais de turismo, operadores de «call centers», assistentes de «marketing» e áreas administrativos na generalidade. “Cada vez mais as empresas procuram profissionais qualificados, quer para situações pontuais quer por períodos experimentais mais alargados ou até mesmo para contratação directa”, refere Sónia Barbosa.
Na sua perspectiva, o TT deve ser encarado como uma troca de experiências, ao nível dos candidatos que procuram o primeiro emprego, recém-licenciados ou profissionais experientes e, por outro lado, como optimização de conhecimentos adquiridos em projectos com um período definido, tais como reestruturações internas na empresa ou, até mesmo, no início de um projecto, departamento ou empresa recentes.
Quanto ao candidato ideal para trabalhar de acordo com este regime, é “aquele que encara esta ferramenta como uma solução importante para entrar no mercado de trabalho, como uma oportunidade de se poder qualificar e aumentar a experiência profissional, bem como poder integrar-se em empresas diferentes, com políticas e culturas internas distintas”, afirma Sónia Barbosa.
Liesbeth Peters, «marketing manager» da Randstad Portugal, crê que o trabalho temporário vai continuar a crescer e que o país esta a aproximar-se mais da utilização em grande escala e diversificação que se encontra noutros países europeus. “Nota-se cada vez mais a tendência para o TT abranger profissões altamente qualificadas e quadros técnicos, deixando de se identificar apenas com profissões pouco qualificadas”, exemplifica esta responsável Randstad.
Quanto às empresas, as vantagens de apostar neste tipo de contratação passam por beneficiar de um processo de recrutamento e selecção adequado e ajustado às suas necessidades. “Encontram uma solução organizada, transparente e regulada que lhes faculta o profissional certo, no momento certo, libertando-se ao mesmo tempo das tarefas ligadas à selecção, recrutamento, processamento de salários, etc, tornando mais célere todo o processo”, finaliza Liesbeth Peters.
E tal como para outras actividade laborais, as empresas esperam que os TT tenham capacidade de adaptação, sejam flexíveis, autónomos, dinâmicos e possuam espírito de iniciativa. A maioria das empresas privilegia ainda que estes trabalhadores se integrem harmoniosamente num curto espaço de tempo no ambiente de trabalho, saibam a função que vão desempenhar e que tenham disponibilidade imediata.
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