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O segredo está na motivação

Dois gurus dos recursos humanos falam de como a motivação e a posta nas pessoas contribui para o sucesso das organizações
23.02.2007


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Maribela Freitas
David McNally e Mike Poulson são dois especialistas em recursos humanos. O primeiro é autor de obras de referência na área da gestão organizacional e acredita que numa empresa, pessoas “inspiradas” trabalham melhor. Já o segundo e dentro da empresa de consultoria em recursos humanos que dirige — a Wilson Learning —, desenvolve um método que permite gerir pessoas com potencial nas organizações, que as levem a implementar as estratégias empresarias. Em entrevista ao Expresso estes especialistas, que partilham visões comuns, falam da motivação e desenvolvimento dos recursos humanos e do seu impacto no crescimento das organizações.

Para David McNally são vários os impulsos que levam as pessoas dentro de uma organização a desenvolver o seu trabalho. Divide-os em dois tipos: internos e externos. Os primeiros dizem respeito às aspirações do trabalhador, sonhos e a sua perspectiva perante o trabalho, ou seja, se o emprego que tem é apenas uma maneira de ganhar dinheiro para sobreviver ou se, pelo contrário, é um meio de expressar os seus dons e talentos.

Quanto aos aspectos externos, ligados à cultura organizacional, aponta aspectos como se as chefias mostram ao trabalhador como o seu trabalho é importante, se se sentem valorizados e se as suas opiniões são tidas em conta. É que, para este guru dos recursos humanos, “liderança, cultura e educação são três factores críticos no que respeita à melhoria da qualidade e produtividade. Os gestores devem entender o seu papel como o de líderes e a liderança está relacionada com motivação, inspiração e fortalecer as pessoas. Para o fazerem com sucesso têm de se preocupar realmente com os recursos humanos e estar empenhados em encontrar maneiras de ajudar as pessoas a ter sucesso individualmente”.

Este estratega organizacional refere ainda que a educação dos trabalhadores, deve estar focada no cliente, na medida em que sem estes não há negócio e, como é óbvio, também não há trabalho. Daí a sua importância. E como é que um trabalhador motivado pode contribuir para o sucesso da organização? David McNally responde “a atitude e comportamento do trabalhador pode destruir a imagem da empresa. Se este sentir e transmitir um sentimento de lealdade para com quem trabalha, isso, vai-se reflectir na atitude do cliente perante o produto que lhe está a ser apresentado”.

A Wilson Learning tem vindo a desenvolver um método intitulado «Human Performance Improvement» que permite gerir o desenvolvimento de pessoas-chave na empresa, pessoas com potencial para apoiar as empresas a implementar as suas estratégias. De acordo com Mike Poulson, presidente para a Europa desta multinacional de consultoria em recursos humanos, este método utiliza as mudanças nos mercados e as estratégias de negócios, como contexto para o desenvolvimento das pessoas. “Mostra que informação, desenvolvimento, integração e alinhamento são investimentos interdependentes que asseguram que as pessoas estão preparadas e motivadas para executar as estratégias de negócios num ambiente de mudança”, comenta Mike Poulson.

E estes quatro passos traduzem-se por: informação, quais os requisitos de negócio e como saberemos o impacto que tivemos; desenvolvimento, o que as pessoas necessitam para agir de forma diferente e como devem ser desenvolvidas; integração, como é que a aprendizagem vai ser aplicada e suportada; e, alinhamento — o que é que ganhamos ao comprometer as pessoas-chave e ao envolvê-las no modelamento de novos comportamento e abordagens.

O modelo começa por reconhecer as variáveis externas do negócio a que a organização está sujeita, como a globalização, competição, etc, na medida em que estas variáveis causam mudanças internas nas estratégias de negócios e processos de trabalho, que por seu lado têm uma influência directa nos trabalhadores envolvidos. “Perante estas condicionantes, os trabalhadores necessitam muitas vezes de um novo entendimento e aplicação dos contextos do negócios, estratégias, prioridades e conhecimentos requeridos”, salienta Mike Poulson.





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