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Reconhecimento acima de tudo

A difícil conjuntura financeira que o país atravessa não é suficiente para desviar os trabalhadores de uma mudança. São cada vez mais os que ponderam trocar de emprego caso não sejam promovidos.
02.09.2010 | Por Cátia Mateus


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Mesmo perante uma conjuntura económica adversa, os profissionais não abrem mão do reconhecimento profissional. Segundo um estudo da Regus, empresa especializada em soluções inovadoras de espaço de trabalho, mais de 48,3% dos mais de 15 mil profissionais inquiridos admitem poder vir a mudar de emprego depois do verão, caso não sejam promovidos.

Para a quase maioria dos profissionais, a falta de promoção e progressão na carreira, bem como a ausência de uma visão estratégica da empresa, assumem-se como razões suficientemente válidas para ambicionar uma mudança de emprego. À luz dos resultados alcançados pela Regus, o aumento salarial não pesa como sendo decisivo para a retenção destes colaboradores. A empresa assume mesmo que para os profissionais de hoje, mais importante que o salário é a capacidade de comunicação da administração. Cerca de 41,7% dos entrevistados assumem que não ficariam numa empresa onde haja falta de comunicação por parte da administração.

Mas há outros fatores que ditam as possibilidades de mudança pelo stresse que geram no quotidiano profissional. Os colegas mal-educados são para 28,3% dos profissionais inquiridos no estudo uma razão mais que válida para mudar, bem como o excesso de trabalho (23,3%). Mais de um quinto dos inquiridos (21,7%) também abandonaria a empresa se deixasse de acreditar na competência da equipa e dos colegas. Para a Regus, há ainda outros motivos que poderiam com facilidade transformar-se em fatores de “última gota” para quem pondera uma mudança: a falta de apoio administrativo (20%) e as más instalações/local de trabalho (13,3%).

Para Paulo Dias, diretor geral da Regus para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), torna-se claro que “à medida que os profissionais arrumam os seus fatos de banho e toalhas depois das férias, têm mais tendência para refletir sobre os prós e os contras do emprego que está à sua espera no regresso a casa”.O especialista acrescenta ainda que “quando há relatórios que indicam que um dos efeitos da recuperação económica é o facto de muitos profissionais terem começado a deixar os seus empregos e a procurar outros, as empresas que não proporcionarem todos os extras podem estar a provocar uma fuga de cérebros entre os seus melhores talentos”.

Ao contrário dos outros países analisados, onde o aumento salarial era uma das regalias mais escolhidas, em Portugal 51,7% dos profissionais assumiu que um seguro médico privado fornecido pela empresa estava no topo das suas preferências. Apenas 38,3% assumia que um aumento de 3% seria a melhor opção da empresa para evitar a fuga de cérebros. “Os bónus e as regalias profissionais foram reduzidos para enfrentar as dificuldades mas à medida que a economia melhora, os profissionais afluem para as empresas que lhes prometem melhores condições e não necessariamente salários mais elevados”, enfatiza Paulo Dias.



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