Causar um bom primeiro impacto junto de um recrutador é determinante para qualquer candidato que queira garantir um processo de recrutamento bem sucedido e, naturalmente, um emprego. O currículo é, regra geral, o primeiro ponto de contacto entre o candidato e o empregador e por isso, a grande oportunidade que o primeiro tem de se destacar. Nada pode ser deixado ao acaso, mas há falhas mais graves do que outras e que podem deitar tudo a perder. Seja o recrutador um especialista habituado a contratar para diferentes sectores ou um profissional especializado num sector em particular, no que toca a analisar currículos há em falhas em que são pequenos “ódios de estimação” para qualquer um. Se quer passar à segunda fase do processo de seleção, tome nota do que o seu currículo não pode ter.
?A regra número um é quase consensual: os currículos funcionais já tiveram melhores dias. Quando apresentar o seu percurso de carreira e as suas conquistas profissionais, opte por uma apresentação de leitura fácil, mas não pré-formatada. O conselho dos especialistas é que utilize um layout simples e a criatividade numa dose moderada, até ao ponto em que esta não prejudique a avaliação que o recrutador fará das suas competências. A segunda regra é a da relevância. A especialista americana em gestão de carreiras Zena Everett, diretora da Second Careers, estudou os factores que levam os recrutadores, headhunters e gestores de recursos humanos a selecionar um currículo e concluiu que, sem exceção, aquilo que analisam em primeira instância é a experiência de trabalho mais recente do candidato e o cargo que ocupou. Ambos devem ser suficientemente relevantes, para a função a que se candidata.
Uma boa maneira de formatar o currículo para esta análise é incluir no currículo as palavras-chave os principais critérios elencados no anúncio de recrutamento a que está a responder. Caso se trate de uma candidatura espontânea, analise ofertas anteriormente publicadas pela empresa para a sua função e aplique ao seu currículo as palavras-chave utilizadas. Isto é particularmente importante se se estiver a candidatar online, já o que o seu currículo pode ser automaticamente filtrado nesta fase inicial do processo.?Deve também deixar claros aos olhos do recrutador, os seus objetivos de carreira. Os recrutadores procuram candidatos que sabem onde querem chegar e o caminho que devem percorrer até lá. Incertezas são proibitivas para quem seleciona um candidato. Tanto quanto um “perfil fraco” que muitas vezes transparece entre frases-cliché como “orientado para a resolução de problema”, “adepto do trabalho em equipa”.
Um pequeno resumo das suas etapas profissionais anteriores e das competências que lhe permitiram alcançar pode ajudar a contornar estas debilidades. ?Tenha também atenção, naturalmente, a erros ortográficos, a informação omissa ou difícil de encontrar no currículo. Lembre-se que não deve gerar no recrutador a ideia de que está olhar para um puzzle ou um quebra-cabeças que tem de resolver para compreender quem é aquele candidato e se ele se adequa à função para a qual está a contratar. Seja sucinto, claro, relevante nas etapas que menciona e não deite tudo a perder com uma carta de apresentação demasiadamente vaga e genérica. Um recrutador não olhará duas vezes para um currículo que não o prenda à primeira análise.