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Qualificações que dão emprego

Qualificações que dão emprego

Em Portugal, a empregabilidade dos cursos profissionais ultrapassa já os 80% comprovando que esta pode ser, atualmente, uma boa porta de entrada para o mercado de trabalho.
06.10.2011 | Por Maribela Freitas


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Nem só de licenciados vive um país. A comprová-lo está a taxa crescente de empregabilidade dos cursos profissionais que excede os 80%. O país não precisa apenas de doutores e engenheiros, precisa também de profissionais técnicos. Enquanto os primeiros se debatem com a dificuldade de encontrar um lugar no competitivo mercado de trabalho, os segundos têm de fazer uma triagem nas ofertas que têm disponíveis. Eletrónica, eletricidade, metalúrgica, hotelaria e turismo figuram entre os cursos que garantem um passaporte quase imediato para o mercado laboral. A Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO) agrega 150 escolas frequentadas por cerca de 40 mil alunos. A grande maioria – cerca de 85% - frequentam cursos de dupla certificação no âmbito do ensino secundário que garantem equivalência ao 12.º ano de escolaridade e qualificação profissional de nível IV. Os restantes 15% frequentam cursos que dão equivalência ao 9.º ano de escolaridade e nível II de qualificação profissional. De acordo com José Luís Presa, presidente da ANESPO, “85% dos alunos das escolas profissionais conseguem emprego ou prosseguem estudos no decurso do primeiro ano”. Muitos que enveredam por estudos superiores, fazem-no enquanto trabalham. Segundo José Luís Presa, entre as formações ministradas por estas escolas, as áreas mais procuradas pelos empresários e tecido empresarial são: electricidade e electrónica, construção civil, comércio, hotelaria e turismo, gestão e administração, contabilidade e o marketing e a publicidade. “Nos últimos cinco anos tem sido crescente o número de alunos que frequentam cursos profissionais. A explicação deste facto resulta do aumento da oferta, um pouco mais, nas escolas profissionais, mas essencialmente nas escolas secundárias públicas que abandonaram a oferta de cursos tecnológicos que foram avaliados negativamente e passaram a oferecer cursos profissionais avaliados muito positivamente por todos os agentes económicos e sociais”, revela José Luís Presa. No entanto e de acordo com este responsável a estrutura das qualificações em Portugal está ainda muito distante da realidade da União Europeia que aponta para que em 2020 a fasquia das formações qualificantes no âmbito do ensino secundário atinjam os 70%. “No nosso país ainda não teremos chegado aos 50% que era a meta para 2010 e corremos o risco de mais uma vez ficarmos para trás nesta matéria”, salienta o presidente da ANESPO. Apesar do risco do país perder a carruagem nesta matéria, a verdade é que os cursos profissionais têm vindo a ganhar adeptos, de forma crescente, junto dos recrutadores. Exemplo disso é também a área da metalomecânica e da indústria metalúrgica. No CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, a taxa de empregabilidade alcançada pelos formandos ronda entre 80 a 90%. Maquinação e programação, construções mecânicas, manutenção industrial/mecatrónica, desenho de construções mecânicas e operador de máquinas-ferramenta são alguns dos seus cursos com maior procura no mercado de trabalho. “As empresas do sector metalúrgico e electromecânico são competitivas e continuam a enfrentar a concorrência, a introduzir novas tecnologias, a informatizar os postos de trabalho, a reorganizar de forma mais flexível o trabalho no seu interior e a difundir a capacidade de iniciativa a todos os níveis”, revela Manuel Grilo, diretor do CENFIM. O centro ministra formações a jovens, adultos e desempregados. No ano passado efectuou 934 acções para 12.050 formandos. Outra das áreas com grande procura no mercado é a hotelaria e turismo, fruto do recente aumento de hotéis e unidades de alojamento no país. Lídia Serras é directora da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa (EHTL) criada em 1957 e integra a rede de 16 Escolas do Turismo de Portugal. Conta que o último estudo levado a cabo por este organismo revela uma empregabilidade das escolas na ordem dos 80%, sendo que 26% dos alunos ficam a trabalhar nas unidades em que estagiaram. A EHTL tem 400 alunos distribuídos por cursos de especialização tecnológica (pós 12.ºano) em gestão e produção de cozinha, gestão hoteleira – alojamento e gestão hoteleira – alimentação e bebidas. “A procura pela nossa formação tem vindo a crescer nos últimos anos em toda a rede e com grande incidência na EHTL, especialmente na área da cozinha, mas também nas de gestão hoteleira”, conta Lídia Serras. Na sua perspectiva a formação técnica profissional está a ser cada vez mais valorizada. Responde às necessidades do mercado e muitas famílias equacionam esta via para os seus filhos. “Na EHTL temos assistido a uma diversificação na procura, nomeadamente licenciados, pessoas que optam por uma requalificação profissional, alunos com frequência universitária que após um ou dois anos optam por uma formação mais específica e prática, com rápida integração profissional e no mercado de trabalho”, finaliza Lídia Serras. Numa altura em que o desemprego alastra também entre os licenciados, os portugueses começam a ponderar outras opções de ensino que lhes garantam maior empregabilidade.


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