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Portugueses adiam reforma

Portugueses adiam reforma

O país está marcado pelo desemprego que não para de subir, mas um estudo do Eurofound agora divulgado dá um dado curioso. Cerca de 15% dos profissionais lusos continuam a trabalhar além da idade da reforma. A percentagem nacional é a mais elevada da União Europeia.
27.12.2012 | Por Cátia Mateus


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Chegar aos 65 anos e ter passaporte direto para a reforma parece ser coisa de outros tempos em Portugal. O país apresenta, segundo o estudo “Rendimento do Trabalho depois da Reforma na União Europeia”, da autoria de Hans Dubois e Robert Anderson, publicado pelo Eurofound, a mais elevada taxa de continuidade profissional a partir da idade da reforma (15%) e o número, reconhece a agência que se dedica ao estudo das condições de vida na Europa, pode estar subestimado já que existe um leque de profissionais que não declara a sua atividade. O documento revela ainda que os portugueses que trabalham além desta idade o fazem em regime de auto-emprego (nove em cada dez) e também aqui, Portugal lidera entre os países analisados. O aumento da idade legal para a reforma nos vários países da Europa está no centro de todas as atenções, numa altura em que a Comissão Europeia sensibiliza os Estados-membros para a necessidade dos profissionais alargarem a sua carreira contributiva de modo a tornar sustentáveis os sistemas de pensões. A orientação não agrada à maioria dos países, mas as últimas estatísticas parecem revelar que há cada vez mais profissionais na Europa a trabalhar alem da idade legar da reforma. O Eurofound chama esta nova vaga de profissionais os “reformados trabalhadores” e garante que eles estão a expandir-se, à medida que diminuem as taxas de emprego nos países e que se torna necessário fazer face à diminuição dos rendimentos e aumento do custo de vida. São maioritariamente profissionais entre os 65 e os 69 anos os que mais decidem prolongar a sua carreira profissional. Segundo o relatório, durante o ano passado, 10,5% dos cidadãos europeus nesta faixa etária trabalhavam. Uma percentagem que em 2005 não excedia os 8,8%. Mas em Portugal, pese embora o país ocupe a liderança no ranking dos seniores mais ativos entre os seus congéneres europeus, a empregabilidade nesta faixa etária decaiu 5,7 pontos percentuais, para os 21,9%. A taxa mantém-se entre as mais elevadas da União Europeia, mas com a extinção sucessiva de postos de trabalho que tem marcado nacional de emprego, os seniores terão dificuldade em manter-se ativos no mercado. Há contudo outros fatores que podem limitar a continuidade dos seniores no mercado de trabalho. A idade continua a ser um fator discriminatório, bem como a ausência de programas de integração para profissionais mais seniores, mesmo antes da chegada da idade da reforma. Os autores do estudo reconhecem-lhe algumas limitações. O relatório elaborado deixa de fora os casos de reforma antecipada, que poderão ter sofrido um acréscimo com o aumento das dificuldades financeiras na UE, e também não contempla casos de reforma antes dos 65 anos, em países onde a idade legar para abandonar o mercado laboral é inferir. Por outro lado, acrescentam os autores, é também frequente encontrar situações de trabalho não declarado nestas faixas etárias. Segundo o relatório do Eurofound, cerca de um quinto dos reformados-trabalhadores da União Europeia trabalham por necessidade e para fazer face às despesas mensais que necessitam de honrar. São sobretudo homens, com elevados níveis de escolaridade os que mais se perpetuam no mercado laboral. Trabalham maioritariamente na mesma empresa onde desempenhavam funções antes da reforma e a tendência parece tem vindo para ficar.


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