Já está em marcha a edição 2011 do Novartis Biotechnology Leadership Camp , o BioCamp. Até Maio, a farmacêutica está no terreno à procura dos dois estudantes universitários portugueses que representarão o país na edição deste ano, daquele que é por muitos considerado um seminário pioneiro na missão de aproximar o sector biotecnológico aos jovens talentos do tecido universitário nacional.
Lançado em 2004, o programa BioCamp só conta com a participação da comitiva lusa desde 2008. Desde que foi criado, este programa já envolveu mais de 500 estudantes de topo. Alguns deles acabaram por se tornar quadros da Novartis, ou não fosse um dos objetivos deste projeto explorar oportunidades de carreira nas indústrias farmacêutica e biotecnológica. Na essência, o BioCamp assume como missão “atrair talentos das áreas da medicina, biotecnologia, farmácia, economia e gestão, oriundos de universidades do mundo inteiro, possibilitando-lhes a oportunidade de conhecer os laboratórios e a sede da Novartis, em Basileia, na Suíça”.
Durante três dias, entre 29 e 31 de Agosto, a seda multinacional farmacêutica vai receber 60 estudantes universitários de 40 países, que terão possibilidade de contactar de perto com a realidade, conhecer responsáveis e especialistas de topo na área da biotecnologia, numa das maiores empresas farmacêuticas mundiais. O programa permitirá aos participantes selecionados “interagir com cientistas da Novartis que lideram investigações únicas no desenvolvimento de novos medicamentos, saber mais sobre novos fármacos que permitem responder a necessidades médicas não satisfeitas, perceber as tendências e desafios do sector biotecnológico, receber inputs e conhecer melhor a experiência de começar e desenvolver uma companhia biotecnológica, contactar com estudantes de outros países”.
Foi o que aconteceu a Severina Moreira quando em 2010 foi escolhida como representante portuguesa na edição desse ano do BioCamp, tornado-se uma das quatro estudantes portuguesas que já pisou a sede da Novartis. Na altura, a então estudante da Universidade do Porto, alcançou um privilégio que, garante, “voltaria a repetir”. Diz Severina Moreira que “a experiência foi um verdadeiro privilégio. O encontro foi muito bem organizado e permitiu-me perceber em detalhe os desafios que uma empresa farmacêutica encontra, não só do ponto de vista científico como empresarial. Proporcionou-me ainda a oportunidade de contactar directamente com colaboradores da Novartis, compreender os seus percursos profissionais e o que os leva a continuar na empresa”.
Na verdade, este networking é um dos grandes trunfos do programa. Segundo Luís Rocha, diretor de Relações Institucionais e Acesso ao Medicamento da Novartis, “o BioCamp proporciona aos alunos diplomados em ciências e gestão um olhar muito próximo sobre o mundo empresarial e inovador da biotecnologia”. O representante da empresa argumenta que “ao interagir com um conjunto de gestores experientes, investigadores de sucesso e outros especialistas, os alunos aprendem o que é preciso para criar os avanços biotecnológicos que estão a mudar o mundo”.
No âmbito deste seminário, os alunos são desafiados a desenvolver um conjunto de tarefas, entre as quais delinear um Plano de Negócio, ficando a conhecer melhor o que é preciso e quais os desafios a enfrentar na criação e desenvolvimento de uma companhia biotecnológica. “Todos os países onde a Novartis está representada são convidados a participar no BioCamp. Países como a China, por exemplo, optam por organizar um BioCamp local sendo vencedor convidado a participar no BioCamp internacional”, explica Luís Rocha. Em Portugal, as candidaturas são abertas através de informação que a empresa faz chegar às universidades e em função disso são selecionados os cinco melhores alunos candidatos, com base no seu percurso académico, experiência profissional e atividades extra-curriculares. Em Basileia, é feita a seleção final dos candidatos que poderá garantir um visto de passagem a um ou dois portugueses.
“O BioCamp é uma iniciativa restrita. Pretende-se que de facto participem os melhores estudantes a nível mundial. Tornar este seminário mais abrangente, abrindo-o a mais estudantes, faria com que ele perdesse o que tem de melhor: gerar uma aproximação e interação com os responsáveis da Novartis”, argumenta Luís Rocha. Ainda este mês, a empresa vai contactar as instituições de ensino nacionais iniciando assim o processo de candidaturas. Até Maio estarão apurados os dois portugueses que vão rumar a Basileia para participar neste programa de elite onde poderão conhecer melhor a investigação realizada pela farmacêutica.
Para Luís Rocha, “a inovação é uma das grandes prioridades da Novartis que detém um pipeline inigualável com aproximadamente 147 projectos em desenvolvimento clínico e é um dos maiores investidores da indústria farmacêutica em I&D, com 17% das vendas realizadas desde 2007, reinvestidas em I&D”. Diz o responsável que “a organização do BioCamp faz parte do compromisso da Novartis em promover o talento na área da biotecnologia, dando oportunidade a jovens de conhecer a realidade da empresa”.