Não são todas as empresas, mas a percentagem (36%) das organizacionais nacionais que o fazem já chega para colocar Portugal na lista dos países europeus que apoiam a maternidade entre os seus profissionais. Segundo o estudo Global Parent Leave, 2016, realizado pela consultora Mercer e conduzido entre março e abril deste ano em mais de 1200 empresas de 50 países, a Irlanda é o país da Europa com maior percentagem de empresas que atribuem mais subsídios do que os legalmente exigidos aos seus funcionários (86%). Portugal ocupa a 9º posição da tabela.
Os apoios à maternidade são, cada vez mais, uma estratégia das empresas para atrair e reter talento nas organizações. A legislação é complexa nesta matéria a nível global, contemplando licenças com ou sem vencimento para mães e pais, mas segundo um estudo da Mercer, “mais de um terço das organizações mundiais detém uma política global, única e centralizada, que inclui vários tipos de licenças de paternidade, adoção e parental.
“Cada vez mais, as empresas procuram ir ao encontro das necessidades individuais de cada colaborador e atribuir benefícios que façam sentido e que sejam adequados às suas expectativas individuais”, explica Tiago Borges, business leader de Talento da Mercer Portugal. O especialista reconhece que “o período de maternidade ou paternidade é difícil conciliar com a vida profissional e as empresas têm vindo a atribuir benefícios que ajudam quer a mulher quer o homem a viver esta fase da melhor forma”.
América lidera nos benefícios
Segundo o estudo, 44% das empresas a nível mundial concedem às suas colaboradoras um período de licença superior ao exigido por lei. A nível regional, a América lidera na concessão deste benefício que é praticado em 51% das organizações americanas. Na Europa, Médio Oriente e África a percentagem é de 43% e na Ásia, 38%. A Mercer revela que em muitos países não possuem legislação relativa às licenças de parentalidade e a nível mundial, “pouco mais de um terço das empresas inquiridas no estudo concedem licenças subsidiadas, sendo comum atribuírem um espaço de tempo de apenas dois a cindo dias”.
No caso específico português, e às políticas adotadas pelas empresas nacionais, o estudo revela que é rara a existência de programas de preparação para a licença de maternidade. “Durante a ausência da colaboradora, 50% das empresas divide o trabalho pela restante equipa, enquanto apenas 25% contrata um candidato para substituir durante o período de ausência”, explica o estudo. No regresso ao trabalho, 62% das empresas nacionais oferecem a possibilidade de um horários mais flexível e reduzido às mães, por um período de seis ou mais semanas. Só em 8% dos casos os pais beneficiam das mesmas regalias. Também nas licenças de parentalidade, 80% das empresas nacionais não vão além do estipulado por lei ao contrário do que acontece com as mães, em que 36% das organizações oferecem licenças superiores às determinadas legalmente (120 dias ou 150 dias, nos casos de licença partilhada).