Vítor S. Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
CUSTA admiti-lo, mas algo esteve mal nas políticas
de ensino superior que foram seguidas nos últimos cinco anos. Se
assim não fosse, não estariam agora mais de 25 mil licenciados
a braços com a ingrata situação do desemprego.
Formaram-se demasiadas pessoas em áreas do conhecimentos
para as quais se sabia de antemão que não haveria saídas
profissionais. As universidades sabiam-no e as elites governativas também,
e mesmo assim pactuaram com a situação. Todos são
culpados. Certamente que o país não tem licenciados a mais,
tem é visão estratégica a menos quanto à sua
vocação. E se o país pede mais técnicos que
profissionais das humanidades, há que afinar agulhas e agir com
bom senso e ponderação. Se continuarmos como até
agora, um dia destes teremos sociólogos ou psicólogos a
trabalhar na construção civil. Não envergonharia
ninguém, mas daria muito que pensar.