A Universidade do Minho (UMinho) está a preparar o lançamento de uma licenciatura em design de produto. O curso deverá avançar no ano letivo de 2012/13 e será estruturado em torno das necessidades do tecido económico e produtivo neste domínio do conhecimento e da criatividade.
Paulo Cruz, presidente da Escola de Arquitetura (EA) da UMinho conta que “a universidade entendeu que um projeto de ensino com estas características deveria ser multidisciplinar, beneficiando de parcerias internas, assumindo-se como seus principais intervenientes a EA e a escola de engenharia, atendendo às competências específicas que reúnem e potenciam”. Para já foi criada uma área disciplinar de design na EA. Hoje decorre na universidade, em Guimarães, no âmbito do fórum DesignUM uma conferência com Dirk Jacobs, professor emérito da Hogeschool Antwerpen, na Bélgica e que detém uma experiência acumulada de cerca de 30 anos no ensino e prática de design de produto.
Nos dias 15 e 16 de abril repete-se este fórum. A ideia é refletir sobre o design e contribuir para uma visão dos desafios e oportunidades que esta área de ensino representa para Uminho e a região em que esta instituição se insere. A criação da nova licenciatura insere-se no programa de desenvolvimento acordado em fevereiro de 2010 entre a Uminho e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ainda este ano o curso será proposto à Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, dado que o objetivo é admitir a primeira turma já em setembro do próximo ano. “A concretização do Instituto de Design na cidade de Guimarães, enfatizando as articulações entre esta área, a arquitetura e a engenharia, reforçará fortemente o projeto do novo curso através da promoção de especializações naquele domínio e de desenvolvimento de projetos complementares”, salienta Paulo Cruz. A licenciatura em design de produto irá formar profissionais capazes de transformar ideias em valor e de aliarem a criatividade à inovação. “Estarão preparados para a conceção, projeto e produção de equipamentos e objetivos funcionais, atrativos, duráveis e económicos para as indústrias automóvel, de mobiliário, eletrónica, de desporto e lazer, brinquedos, entre outros”, explica Paulo Cruz.
No que respeita ao mercado de trabalho acredita que existirá uma grande recetividade a estes licenciados, tanto no mercado regional, como nacional e internacional. “Existe uma lacuna de profissionais com este perfil. A maior parte da oferta nacional neste domínio negligencia o design de produto ou, quando o aborda, é deficiente na componente tecnológica associada a materiais e tecnologias de fabrico”, esclarece o presidente da EA. A forte ligação da Uminho à indústria nacional e estrangeira será também uma mais-valia importante em todo este processo.
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