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Líderes precisam-se, com urgência

De que é feito um líder? A receita parece estar bem escondida, pois existe, segundo um estudo da IBM, uma grave crise de liderança no mundo
02.11.2007


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Marisa Antunes
Carisma, fibra, determinação, poder de persuasão. Características intrínsecas aos líderes natos que, aparentemente, estarão ou em vias de extinção ou arredados nas organizações empresariais. Pelo menos é o que revela um estudo da multinacional IBM, que chegou à conclusão de que existe uma grave crise de liderança nas empresas espalhadas por todo o mundo.

Partindo de um inquérito a 400 executivos (da área dos recursos humanos) de 40 países dos quatro cantos do mundo, cerca de 75% (300 inquiridos) revelaram dúvidas quanto à sua capacidade para desenvolver futuros decisores de topo. Segundo o estudo, estas fragilidades no desenvolvimento da próxima geração de líderes tornam-se ainda mais preocupantes quando se assiste ao crescimento maciço dos mercados emergentes e à aposentação de recursos experientes nas economias mais amadurecidas.

Baptizado ‘Capital Humano Global', o relatório da IBM conclui que esta questão tem muito impacto e tem estado no centro da preocupação das organizações de todo o mundo. As empresas na região da Ásia-Pacífico estão mais apreensivas com a sua capacidade de desenvolvimento de futuros líderes (88%), seguidas pela América Latina (74%), Europa, Médio-Oriente e África, (74%), Japão (73%) e América do Norte (69%).

Randy MacDonald, vice-presidente da divisão de Recursos Humanos da IBM Corporation, sublinha que “a capacidade de olhar em frente e identificar as competências que serão exigidas no futuro e, «a posteriori», de forma economicamente eficaz e célere, e desenvolver uma massa crítica de indivíduos com essas qualidades, serão factores fundamentais para as empresas que pretendam competir no mundo globalmente integrado”.

Entre outras conclusões, o estudo revela que mais de um terço dos participantes realça que as competências dos seus colaboradores não se encontram alinhadas com as prioridades actuais da organização (36%). O relatório mostra ainda que 52% dos entrevistados consideram que um dos grandes desafios relacionados com a população activa é a incapacidade de desenvolver competências de forma rápida, enquanto que 28% dos inquiridos falam da diferença entre as gerações como um dos grandes desafios para o desenvolvimento de futuros decisores empresariais.

O pessimismo é de tal ordem que apenas 14% dos executivos de um total de 400 afirmam que os seus colaboradores têm capacidade para se adaptarem a situações de mudança. O estudo ‘Capital Humano Global' aponta três factores críticos de sucesso para desenvolver recursos humanos activos que se adaptem às exigências actuais das organizações.

Prever e antecipar cenários futuros de negócios dão uma margem às organizações para se adaptarem às mudanças de mercado. Apesar da importância deste factor, apenas 13% da empresas envolvidas acreditam que conseguem ter uma percepção clara das competências que serão necessárias nos próximos três a cinco anos. Outro factor assenta na capacidade para localizar competências. No entanto, “só 13% acreditam serem capazes de identificar eficazmente indivíduos com competências específicas dentro da organização e mais de 50% das empresas que se autoclassificam como muito eficazes na localização de competências utilizam um modelo de listagem de colaboradores — enquanto só 39% admitem utilizar este tipo de listas”, conclui o relatório.

Por último, a “capacidade para impulsionar a colaboração” é o outro factor apontado, uma vez que impulsiona a inovação e o crescimento. De acordo com o estudo, “só 8% das empresas acreditam ser bastante eficazes no fomento da colaboração dentro da organização”.





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