Vítor Andrade
vandrade@mail.expresso.pt
LONGE vão os tempos em que a oferta de emprego em
Portugal era fortemente promovida por empresas multinacionais. Foi no
início dos anos noventa do século passado, em pleno "oásis"
do cavaquismo, com os níveis de crescimento económico a
surpreenderem tudo e todos.
Acontece, porém, que o investimento estrangeiro tem vindo a decair
e que isso mesmo se tem reflectido de forma acentuada ao nível
da oferta de trabalho. Basta referir que na primeira metade da década
de noventa era frequente registar-se - em cada edição semanal
deste caderno - mais de 30% de ofertas de emprego com origem em multinacionais.
O panorama mudou, e agora a percentagem de ofertas de multinacionais não
vai além de 15% do total. Um sinal claro da representatividade
que aquele segmento empresarial agora tem no nosso país, numa altura
em que ainda são frequentes as notícias de fecho de mais
unidades de produção de capitais estrangeiros. É
uma das consequências da deslocalização do investimento.
Temos de descobrir como ultrapassá-la.