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Gap Year valoriza currículo

Gap Year valoriza currículo

Gonçalo Azevedo e Silva e Tiago Marques criaram em outubro de 2012 a Associação Gap Year Portugal, uma organização que visa divulgar as vantagens da realização de um ano de paragem entre o secundário e a universidade.

29.07.2013 | Por Cátia Mateus


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Partindo da sua experiência os jovens acreditam que a realização de um ano sabático a fazer voluntariado e a trabalhar é uma mais-valia para qualquer currículo. No próximo dia 31 de agosto, na Fundação Lapa do Lobo, no concelho de Nelas , vão realizar o primeiro colóquio anual de gaps onde vão dar a conhecer este conceito a pais e estudantes.

Aos 19 anos de idade Gonçalo Azevedo e Silva e Tiago Marques terminaram no início deste verão o primeiro ano, respetivamente, dos cursos de economia e engenharia electrónica e telecomunicações. Entre o final do ensino secundário e o início da universidade, realizaram um gap year, período durante o qual percorreram 25 países e exerceram voluntariado, com o apoio da Fundação Lapa do Lobo. Confessam que esta experiência mudou a sua vida e será uma mais-valia para o seu futuro profissional.

Natural de Carregar do Sal, Gonçalo Azevedo e Silva estava no final do 12.º ano de escolaridade quando fez uma apresentação oral, num colóquio de escolas, realizado na Fundação Lapa do Lobo, onde discursou sobre o gap year, um conceito de que tinha ouvido falar nas aulas de inglês e que gostava de realizar. Carlos Torres, empresário e presidente da Fundação, gostou do que ouviu e resolveu apoiar o jovem. Durante seis meses e depois do secundário concluído, apoiou financeiramente um périplo de Gonçalo pelo mundo. Este escolheu um amigo, o Tiago Marques, para o acompanhar. Europa e oriente foram os destinos percorridos onde se inteiraram da cultura, educação e política de vários países e fizeram diversas ações de voluntariado. Durante este período escreveram regularmente num blog, recolheram imagens e fotos.

“O gap year é uma mais-valia e mudou a minha vida. Os jovens no final do secundário não têm a certeza quanto ao curso que querem seguir. Durante o ano de paragem é suposto terem tempo para se descobrirem, perceberem o que gostam e terem certezas em relação ao que querem seguir”, explica Gonçalo Azevedo e Silva. A ideia é que desenvolvam atividades de voluntariado e trabalhem em part-time, no estrangeiro ou no seu país e descubram novas vocações. No seu caso antes da paragem estava indeciso entre ciências farmacêuticas e gestão e um ano depois decidiu-se pela economia. Mas as vantagens não param por aí. Acrescenta que “durante o gap year tivemos de aprender a ultrapassar barreiras e a resolver problemas. Este ano abriu-nos horizontes, deu-nos capacidade de iniciativa e tornou-nos mais empreendedores. Tudo isto preparou-nos melhor para enfrentar desafios que possam surgir quando entrarmos no mercado de trabalho. É uma iniciativa boa para adquirir as soft skills tão valorizadas hoje em dia pelos empregadores”.

Uma realidade que é atestada por Carlos Torres. O empresário valoriza na hora de contratar um jovem que apresente esta experiência no seu currículo e conta que já recrutou para a sua empresa, a Resul, um engenheiro que realizou um Gap Year.

“Depois do sucesso da experiência do Gonçalo e do Tiago, resolvemos instituir o apoio à realização de um gap year como uma das atividades da Fundação”, conta Carlos Torres. Anualmente dois alunos dos concelhos da área de actuação desta instituição podem candidatar-se a este programa, é preciso apenas ser determinado, ter vontade de fazer algo diferente e ter capacidade de decisão. “Os estudantes vão atrasar um ano no seu percurso, mas vão valorizar e muito o seu currículo”, finaliza.

Precisamente por reconhecerem as mais-valias deste ano de paragem é que Gonçalo Azevedo e Silva e Tiago Marques criaram a Associação Gap Year Portugal. “O objetivo é divulgar o conceito por todos os jovens portugueses e ajudá-los a praticá-lo da melhor forma”, revela Tiago Marques. No dia 31 de agosto vão organizar na Fundação Lapa do Lobo o primeiro colóquio anual de gaps e as inscrições já estão abertas em www.gapyear.pt. Querem desmitificar ideias em torno deste conceito e salientar as mais-valias que representa. Tiago Marques conta que é barato realizar um gap year. O jovem pode arranjar um trabalho em part-time, fazer voluntariado em associações que forneçam alojamento e alimentação e pode contar com a associação para o auxiliar com dicas e informações preciosas para a organização desta etapa. “Queremos ajudar os jovens com as dificuldades que sentimos e para tal temos uma secção de informações práticas no site da associação”, salientam. O colóquio que estão a organizar vai contar com workshops, depoimentos e conferências diversas. Defendem ainda que o gap year, embora possa ser feito após a licenciatura, é entre os 18 e os 20 anos e antes de seguir para a universidade que mais benefícios traz a quem o realiza.

Em oito meses de trabalho Gonçalo e Tiago já inspiraram mais de 150 pessoas que se inscreveram no site da associação, pois gostavam de seguir as pegadas destes jovens. Viram ainda ser aprovada na Assembleia da República uma resolução que levará o Governo a adotar medidas para divulgar o gap year em Portugal. 



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