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Franchising cativa desempregados

Franchising cativa desempregados

Em tempo de crise, quando o desemprego bate todos os recordes, são cada vez mais os que encontram no franchising uma forma de garantir o seu autoemprego investindo num negócio com menor risco de fracasso.
21.10.2010 | Por Cátia Mateus


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Se há setor de mercado que a crise tem ajudado alavancar é o franchising, sobretudo nos negócios mais orientados para o baixo investimento. São cada vez mais os desempregados a marcar presença nas feiras da especialidade em busca de uma oportunidade à medida do seu perfil e, principalmente, da sua carteira. O Instituto de Informação em Franchising (IIF) é responsável pela organização das duas grandes feiras de franchising em Portugal, a Expofranchise e o Franchise Show. Mais do que um crescimento estrondoso do número de visitantes, as edições deste ano revelaram uma mudança significativa no perfil de quem acorre ao evento. Potenciais empreendedores mais conscientes do que é o franchising, do que este implica, e do tipo de negócio que procuram. A meta, essa, também se apresenta segundo Andreia Jotta, presidente do IIF, como uma nova realidade: garantir o autoemprego, através de negócios de investimento reduzido. No ano de 2009, de acordo com dados do Censo do Franchising, este modelo de negócio foi responsável pela criação de 500 novos empregos face a 2008, sendo que na globalidade o setor assegurou 69.536 postos de trabalho. Na verdade, desde que em 2008 se iniciou a crise económica o Franchising tem conseguido manter o seu dinamismo e registar, em alguns setores de atividade níveis de crescimento bastante aliciantes. “Em 2008, o mercado cresceu 2,7% face a 2007 e em 2009 o crescimento foi de 5,6% quando comparado com o ano anterior”, explica Andreia Jotta. O ano de 2010 trás uma nova realidade. “Este ano vive-se um crescimento mais moderado. O ano está a ser melhor do que 2009, mas as marcas estão sobretudo preocupadas em crescer de forma muito sustentada, com segurança e sem deslumbres, o que é muito positivo”, explica a presidente do IIF. Uma das grandes alterações que 2010 trouxe ao franchising nacional foi exatamente o perfil dos franchisados. No ano em que Portugal viu ser ultrapassada a fasquia dos 600 mil desempregados, são cada vez mais os que encontram neste modelo de negócio uma oportunidade mais segura e com menor probabilidade de fracasso para assegurar o seu autoemprego. “Nos dois eventos que organizámos este ano registou-se uma aumento de visitantes e foi nítido o crescimento da afluência de potenciais empreendedores em situação de desemprego. No certame do Porto tivemos 14% de visitantes desempregados e em Lisboa 19%”, confirma Andreia Jotta. Segundo a responsável, estes potenciais empreendedores procuram sobretudo pequenos negócios com investimento inicial até 25 mil euros. E a oferta destes negócios tem aumentado a par com a procura. Se no ano passado surgiram no mercado 80 novas marcas, o primeiro semestre de 2010 viu já surgir 30 novos conceitos. Em Portugal, há neste momento 524 redes a operar em franchising e um total de 11.500 unidades em funcionamento. “Estão a surgir cada vez mais conceitos com modelos de negócio alinhados com o perfil de investidor atual que procura oportunidades com uma estrutura de custos flexível, com um nível de investimento mais reduzido, retorno mais rápido e maior otimização de custos, dando origem aos chamados negócios low-cost ou de baixo investimento”, revela a líder. O setor dos serviços é o que tem registado maior dinamismo quer na procura quer no crescimento de novas marcas à luz deste conceito de “curto investimento, grande sucesso”. As novas marcas sujem sobretudo nos setores da estética, saúde e bem-estar, energias renováveis, reciclagem de consumíveis, formação/ ensino para crianças (Atl's), compra e venda de ouro e agências de viagens que, de acordo com Andreia Jotta, “tem registado um forte dinamismo também apesar da crise”. A responsável do IIF enfatiza o facto do franchising minimizar em larga escala as possibilidades de fracasso de um negócio visto tratar-se de conceitos já testados, com acompanhamento permanente do master que permite fazer uso de todas as potencialidades de trabalhar em sinergia, mas ainda assim enfatiza a importância de acautelar todos os eventuais riscos no momento de escolher o negócio onde investir. É fundamental analisar e conhecer bem a marca onde pensa investir, realizar um levantamento exaustivo do seu histórico financeiro, números de unidades, business plan, relacionamento do master com os franchisados e que tipo de apoio lhes disponibiliza. Mas Andreia Jotta vai mais longe ainda. A líder do IIF acredita que “é essencial que exista um interesse genuíno pela atividade que pretende iniciar e que a escolha não deve ser feita apenas com base no lucro”. Até porque, em contexto de crise, parte do sucesso de uma marca, diz Andreia Jotta, “depende da capacidade de inovação e adaptação dos empreendedores e essa é a razão do sucesso do franchising em Portugal. As marcas souberam responder ao desafio da crise, continuaram a apostar na expansão das redes já existentes e lançar novos conceitos de mercado”. Por outro lado, argumenta a especialista, “as marcas, sem duvida devido à capacidade dos seus gestores, conseguiram olhar para dentro, inovar e renovar a sua oferta, adequando-a ao contexto económico em que vivemos”.


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