A mobilidade internacional constitui há muito um desafio para os profissionais portugueses, em particular para os mais jovens. Hoje, mais do que um desafio
é uma clara alternativa à elevada taxa de desemprego nacional e à ausência de oportunidades que limita o futuro a inúmeros portugueses. Em nome desta
mobilidade, o Centro de Congressos de Lisboa, acolhe durante dois dias - 25 e 26 de outubro - o evento europeu de fomento à mobilidade profissional entre
cidadãos dos Estados-membros: os Dias Europeus do Emprego. A iniciativa é promovida em Portugal pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP),
através da rede Eures, por iniciativa da Comissão Europeia e deverá reunir mais de 40 empresas com o objetivo de recrutar em Portugal e uma carteira de
mais de mil ofertas de emprego disponíveis.
Segundo a organização nacional, “os Dias Europeus do Emprego são uma oportunidade para contactar empresas ou especialistas nos mercados de trabalho de
outros países, estruturar e aprofundar planos individuais de mobilidade ou saber mais sobre a forma como a rede EURES e outros serviços de apoio à
mobilidade podem ajudar os trabalhadores que procuram emprego noutros países europeus.
Além das 40 empresas, de vários sectores de atividade, que estarão em Portugal nesta comissão de recrutamento, o evento contará ainda com a presença de
organismos como o Ponto Nacional de Referência para as Qualificações, Serviço Voluntário Europeu, rede Euraxess, Centro de Informação Europeia Jacques
Delors, rede SOLVIT, entre outros. Agregado a esta operação de contratação está ainda um ciclo de 50 workshops, sessões de informação e apresentações de
empresas onde os participantes podem obter informação e aconselhamento sobre estraégias de procura de emprego, oportunidades de emprego, reconhecimento de
competências e qualificações profissionais e condições de vida nos países presentes no evento.
O IEFP estima que o evento possa reunir até ao início da próxima semana 800 a 1000 oportunidades de emprego, para as mais diversas áreas (ver caixa). Diz a
organização que “as ofertas não se referem apenas às cerca de 40 empresas participantes, mas também a outras de pequena, média e grande dimensão,
espalhadas pela Europa e que ficarão disponíveis no website do evento (www.iefp.pt/dee2012) até 24 de outubro”. A coordenação da rede EURES aconselha
inclusive a que os candidatos se registem no site para a aceder não só á informação das ofertas disponíveis e empresas presentes, mas também para receberem
notificações que lhes permitam organizar melhor a sua visita ao evento.
Entre os perfis mais requisitados para funções internacionais estão as tecnologias de informação e as engenharias, nos mais diversos ramos. Contudo, o IEFP
destaca também um elevado número de ofertas na área da enfermagem e profissionais intermédios da indústria, hotelaria, restauração. Entre as exigências
base para se candidatar a qualquer uma das funções em aberto estão os conhecimentos linguísticos (inglês, alemão, ou os idiomas dos países de acolhimento).
Mas a organização aconselha a quem não entre no recinto sem uma visita preparada minuciosamente, sob pena de deixar escapar boas oportunidades.
A inscrição no website do evento é particularmente útil para conhecer as empresas presentes e recolher informação prévia sobre elas e sobre os países de
acolhimento e até candidatar-se a vagas antes do evento. “Os candidatos devem efetuar algum trabalho preparatório, para uma abordagem bem sucedida às
empresas e para o máximo de aproveitamento das sessões de informação e workshops”, enfatiza a organização que acrescenta ainda “o programa é vasto e o
participante terá de ser seletivo e identificar as sessões que mais interessam para os seus propósitos”. A regra de ouro é programar bem o tempo.
Para o evento deverão levar o currículo em inglês, francês ou outra língua solicitada (vários exemplares), documentos comprovativos das suas qualificações
e formações complementares, uma apresentação cuidada e muito realismo e honestidade na abordagem. O IEFP aconselha ainda a que o candidato não caia na
tentação de se candidatar a todas as oportunidades. “A maior parte das entidades não vê nessa atitude uma mais-valia, muito pelo contrário”, conclui.
Profissões mais solicitadas, por país:
Reino Unido:
Especialistas das profissões intelectuais e científicas, diferentes áreas de engenharia e tecnologias de informação, especialistas das ciências da vida,
profissionais da saúde (enfermeiros), ecónomos e perfis da restauração (cozinheiros e similares).
Alemanha:
Engenheiros mecânicos e eletrotécnicos, engenheiros de eletrónica e telecomunicações, especialistas de informática, representantes comerciais, técnicos de
vendas, canalizadores e montadores de tubagens e estruturas metálicas, soldadores e maçariqueiros.
França:
Diretores de vendas e comerciais, representantes comerciais, técnicos de vendas, diretores de publicidade e relações públicas, especialistas de informática
(projetistas e analistas de sistemas), empregados de receção, caixas, bilheteiros e similares, cozinheiros e trabalhadores da restauração.
Áustria
: Empregados de mesa e cozinheiros, operadores de estruturas metálicas e tubagens, eletromecânicos e eletricistas, canalizadores, especialistas de
isolamentos, operadores de gruas e de outros aparelhos de elevação e transporte.
Polónia:
Comerciais, técnicos de vendas, condutores de veículos pesados de mercadorias, pessoal de limpeza, cozinheiros e trabalhadores similares, soldadores e
maçariqueiros, mecânicos e ajustadores de veículos a motor.
Suécia:
Técnicos de vendas, comerciais, projetistas, analistas de sistemas informáticos, educadores de infância, empregados de mesa e cozinheiros.
República Checa:
Cozinheiros e empregados de mesa, comerciais e técnicos de vendas, condutores de veículos pesados de mercadorias, afinadores – operadores de máquinas
ferramentas, serralheiros mecânicos, soldadores e maçariqueiros.
Dinamarca:
Médicos, docentes universitários, biólogos e especialistas similares, vigilantes de crianças, urbanistas, planeadores de tráfego, farmacologistas,
patologistas e outros especialistas das ciências da vida,
engenheiros e profissionais de TI.
Países Baixos:
Cozinheiros, especialistas de informática, engenheiros mecânicos, trabalhadores agrícolas não qualificados, soldadores e maçariqueiros.
Finlândia:
Enfermeiros, cozinheiros, empregados de mesa e trabalhadores similares, mecânicos e ajustadores de máquinas.